UFLA deve ter vagas exclusivas para pessoas trans? O que você pensa sobre essa medida?

A abertura do Processo Seletivo exclusivo para travestis, transexuais e transgêneros na Universidade Federal de Lavras (UFLA), com inscrições entre 1º e 19 de dezembro para ingresso no primeiro semestre de 2026, gerou intensa divisão de opiniões. A medida cria uma vaga supranumerária por curso, sem retirar vagas do sistema universal, e utiliza exclusivamente a nota do Enem como critério de seleção. Para participar, é necessário ter feito o Enem entre 2009 e 2024, não ter zerado a redação, ter concluído o ensino médio em escola pública e realizar autodeclaração no ato da matrícula.

De um lado, apoiadores defendem que negar ou dificultar o acesso de pessoas trans ao ensino superior é negar um direito fundamental. Afirmam que, historicamente excluído, esse grupo enfrenta barreiras que vão desde expulsão escolar até subempregos e prostituição compulsória, não por escolha, mas por falta de oportunidades. Para eles, garantir políticas específicas é oferecer dignidade, autonomia e um caminho real de futuro. Reforçam também que as vagas são adicionais, e não representam perda de espaço para outros candidatos.

Do outro lado, críticos questionam a necessidade da medida e alegam que o ingresso no ensino superior estaria deixando de ser pautado pelo mérito para se tornar dependente de critérios identitários. Alguns afirmam que considerar pessoas trans como incapazes de competir igualmente reforçaria estereótipos, enquanto outros ironizam, dizendo que “a próxima cota será para quem se identifica como um coala”. Para esse grupo, a política seria excessiva e discriminatória com candidatos não trans.

A UFLA declara que as vagas são fruto de um trabalho iniciado em 2023 para ampliar ações afirmativas e enfrentar desigualdades históricas. Independentemente das opiniões, a medida reacendeu discussões sobre inclusão, mérito, igualdade e o papel das universidades na redução de desigualdades sociais.

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