Uma pesquisa divulgada nesta semana pela Genial/Quaest revelou que a maioria dos deputados federais é contrária à proposta que visa reduzir a jornada de trabalho no Brasil e pôr fim à chamada escala 6×1 — sistema que garante apenas um dia de descanso semanal ao trabalhador.
Segundo o levantamento, feito com 203 parlamentares (40% da Câmara dos Deputados), 70% rejeitam a proposta, apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que sugere a criação de uma jornada de 36 horas semanais, divididas em quatro dias de trabalho e três de descanso. Apenas 22% se mostraram favoráveis, enquanto 8% preferiram não responder.
O índice de rejeição é ainda mais alto entre os deputados da oposição, onde 92% se posicionaram contra a medida. Mesmo entre os aliados do governo, a proposta encontra resistência: 55% são contrários, enquanto 44% apoiam.
A proposta, que segue parada na Câmara sem relator designado, tem como objetivo modernizar a legislação trabalhista e garantir mais qualidade de vida ao trabalhador brasileiro, a exemplo do que já é debatido ou implementado em outros países.
Críticos da atual jornada argumentam que o modelo da escala 6×1 é exaustivo e desumano, sobretudo em setores com alta carga física e emocional. Por outro lado, deputados que se opõem à mudança alegam impactos econômicos negativos e aumento de custos para os empregadores.
A repercussão da pesquisa reacendeu nas redes sociais o debate sobre os privilégios do próprio Congresso, já que parlamentares costumam trabalhar oficialmente de terça a quinta-feira e recebem uma série de auxílios e benefícios. “Reduzir a jornada para o povo, eles barram. Mas para o Congresso, três dias já está de bom tamanho”, ironizou uma internauta.
A proposta da semana de quatro dias de trabalho ainda aguarda avanço nas comissões da Câmara. Enquanto isso, o tema segue polarizando opiniões entre políticos, trabalhadores e empresários.