Ir para casa no Natal pode ser comum para muita gente, mas é um sonho distante para quem trabalha ou estuda fora de casa. São pelo menos 9 mil quilômetros que separam jovens que estudam em Lavras (MG) das suas famílias em Moçambique, no Sul da África. Para muitos, é o primeiro Natal fora de casa.
Há um ano e oito meses morando na cidade, Jonas Massuque, de 26 anos, saiu da capital Maputo e veio para o Brasil em busca da qualificação de mestrado em Ciência e Tecnologia da madeira na Universidade Federal de Lavras (Ufla). Encontrou no Sul de Minas um lugar onde fez muitos amigos.
“Aqui é muito tranquilo e as pessoas são muito acolhedoras. Achei interessante a forma como acolhem a gente e também a simpatia de todos”, conta.
No Natal de 2016, conseguiu voltar para Moçambique e passar a data com a família. Mas por conta da defesa do projeto, a ideia de viajar este ano teve que ser adiada para janeiro. “Nunca passei o Natal no Brasil, vai ser a primeira vez. É super difícil, vai ser o primeiro Natal da minha vida que passo longe da família”.
O encontro será na casa da estudante Nasma Henriqueta da Sorte Cossa, de 27 anos. No Brasil desde maio, não queria passar as festas de fim de ano sem companhia. Convidou os amigos, todos de Moçambique. “É um pouco estranho estar no Natal em outro país, com outros hábitos, costumes. Faremos o almoço para tentar preencher o vazio da família com a companhia de alguns amigos”.
Outro estudante, João Faustino Munguambe, também acha a distância complicada. “É muito difícil ficar longe, principalmente em datas assim. A maioria dos estudantes da pós-graduação é casado e tem família lá em Moçambique. Consegue imaginar isso?”.
Na tentativa de matar a saudade, o cardápio da confraternização será de comidas típicas do Moçambique, com carne feita ao estilo do país e a famosa couve com amendoim e coco. O grupo de estudantes da Universidade Feral de Lavras de Moçambique é de 23 alunos. Apenas um é de graduação, os outros são de mestrado e doutorado.
*G1
