O discurso de responsabilidade fiscal do governo Lula perdeu fôlego. O tão celebrado arcabouço fiscal, aprovado em 2023 como símbolo de equilíbrio nas contas públicas, já não se sustenta diante da dura realidade econômica. A promessa de conter gastos e cumprir metas virou um enredo de improvisos, manobras contábeis e revisões constantes.
De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o novo regime fiscal será “insustentável até 2027” se não houver mudanças urgentes. O alerta oficial escancara o que o mercado e especialistas já vinham dizendo: o governo não consegue seguir as próprias regras.
O rombo nas contas públicas cresce, e o país se aproxima de um cenário de colapso fiscal, com aumento da dívida e dificuldade de manter programas sociais e investimentos ao mesmo tempo. O discurso de “herança maldita” — usado tantas vezes por diferentes governos — ameaça virar realidade para o próximo presidente.
Enquanto o ministro Fernando Haddad tenta preservar o arcabouço que criou, a base política pressiona por mais gastos e menos cortes. O resultado é um impasse: o governo fala em responsabilidade, mas age como se a conta nunca fosse chegar.
Se nada mudar, quem assumir o Planalto em 2027 herdará uma economia em desequilíbrio, uma regra fiscal desmoralizada e um país com cada vez menos espaço para errar.
Claudio Reis/Getty Images





