Especialista questiona ações da Semana Nacional de Trânsito em Lavras  

 

Vozes contrárias ao modus operandi da Semana Nacional do Trânsito, que começou no último dia 18 e se encerra no próximo domingo, dia 25, ganhou força essa semana em Lavras.

Para os empresários do Centro de Formação de Condutores Martins Vilela, José Sílvio e Edirce Vilela, apesar das boas intenções das campanhas recentes no país, falta às mesmas ações mais preventivas do que simplesmente punitivas para com os motoristas nessa época do ano.

Segundo a dupla, há uma ausência de iniciativas que levem os motoristas a refletirem sobre a importância da direção preventiva e da eficácia do aprendizado das leis de trânsito. “O motorista precisa entender que ele precisa se adaptar às regras, não as regras se adaptarem a ele”, explicou José Silvio. Ele cita como exemplo a campanha “Eu sou + 1 por um trânsito + seguro” promovida em Araxá (MG).

A ideia da campanha, segundo o especialista, é oferecer dicas para que o candidato se sinta seguro para realizar exames necessários para a realização do exame teórico-técnico (legislação) e o exame de prática veicular, bem como sensibilizar as pessoas sobre seus direitos e deveres, de forma a promover um trânsito mais seguro.

Vilela lembra que o Brasil é o país recordista de acidentes de trânsito no mundo todo. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, dos 285 atletas brasileiros que participaram os Jogos Paraolímpicos  no Rio de Janeiro nesse ano, 101 (35,4%) deles sofreram algum tipo de acidente, seja de moto ou carro, com arma de fogo ou trabalho. Entre os acidentados, 49 são vítimas de acidentes de trânsito (carro, moto ou atropelamento).

“Precisamos combater o problema de frente. Sabemos que se trata de um fenômeno de caráter educacional, por isso todos os órgãos competentes, como as Polícias Civil e Militar, a Secretária Municipal de Trânsito e os próprios motoristas precisam agir em conjunto”, analisou.

O empresário e especialista em trânsito José Sílvio Vilela.
O empresário e especialista em trânsito José Sílvio Vilela.

Edirce e José Martins também criticam as recentes resoluções de trânsito Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), as quais muitas vezes servem como um laboratório para se definir leis que caem por terra quando postas à prova.  O caso mais recente foi a lei que obrigava os motoristas a utilizarem o farol baixo durante o dia nas rodovias, sob pena de serem multados em R$ 85,13 e perderem 4 pontos na carteira de habilitação.

Promulgada em julho, a nova medida sofreu alterações no começo deste mês por meio da Justiça Federal em Brasília, que proibiu a multa para os motoristas que trafegarem com os faróis desligados.  Segundo órgão, a multa só poderá ser aplicada quando as vias forem sinalizadas. A União prometeu recorrer da decisão.

Para os especialistas, além da pendenga judicial instaurada, a medida também prejudicou os motoristas que trafegam nas rodovias que passam dentro das cidades, caso da BR 265, em Lavras, que na época estavam sujeitos às multas, mesmo trafegando em trechos dentro do perímetro urbano do município.

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