UFLA Adota Cotas para Pessoas Trans em Iniciativa Histórica em Minas Gerais

A UFLA torna-se pioneira em Minas Gerais ao aprovar cotas destinadas a pessoas trans – travestis, transexuais e transgêneros. A medida incluirá uma vaga adicional, além das disponíveis, em cada curso de graduação nos câmpus de Lavras e São Sebastião do Paraíso.

 

Para concorrer às vagas reservadas, os candidatos devem ter concluído integralmente o ensino médio em escolas públicas, realizar as provas do Enem, inscrever-se em um Edital específico de Processo Seletivo e autodeclarar-se como pessoa trans durante a solicitação da matrícula inicial.

A pró-reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários, professora Elisângela Elena Nunes Carvalho, destaca que o candidato poderá concorrer tanto pelo Sisu quanto pelo PAS. Após a seleção, haverá uma avaliação interna, já que as vagas reservadas são supranumerárias, exigindo uma classificação em caso de empate. A autodeclaração pode incluir a apresentação de declarações de entidades reconhecidas, como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

A aprovação da resolução reflete o comprometimento da UFLA com os princípios de equidade, diversidade e inclusão. A pró-reitora ressalta que a implementação dessas cotas é parte de um processo em curso, esperando que as vagas sejam ofertadas até 2024/2.

Maria Montenegro Ramessés, egressa do curso de Direito da UFLA, revela que a proposta surgiu de uma demanda da Clínica de Direitos Humanos do Departamento de Direito da UFLA, buscando apoio de entidades como a Aliança Nacional LGBT e parlamentares. A comissão apresentou dados destacando a importância das cotas diante das adversidades enfrentadas pela população trans no Brasil, evidenciando a necessidade de medidas de igualdade e inclusão.

    Foto de Maria Ramessés, em sua formatura da UFLA (Foto: redes sociais)

Maria, como mulher trans, negra e socioeconomicamente vulnerável, enfatiza a conquista das cotas, proporcionando uma ampliação de direitos e a demonstração de que a diversidade não diminui a humanidade das pessoas trans. A iniciativa visa não apenas à inclusão, mas também à reparação histórica para uma comunidade há muito tempo marginalizada e em busca de reconhecimento.

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