“Trabalhador não estaria na mata às 4h da manhã”, diz comandante da PM ao justificar 121 mortes na operação mais letal do Rio

O comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), coronel Marcelo de Menezes, afirmou nesta quinta-feira (30/10), em entrevista ao Metrópoles, que as pessoas mortas na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha — que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais — estavam “em área de mata” e que “a opção de enfrentamento foi dos marginais”.

“Algum trabalhador, num momento de confronto em uma comunidade em que nós adentramos às quatro horas da manhã, estaria na área de mata? Essa é a reflexão que fica”, declarou o comandante.

A fala foi uma resposta às críticas e questionamentos sobre os critérios usados pela PM para afirmar que todas as vítimas tinham ligação com o tráfico de drogas. Menezes afirmou que a Operação Contenção, considerada a mais letal da história do estado, foi planejada para evitar confrontos em áreas residenciais.

“Houve esse planejamento para tirar do cenário da população, tirar do meio dessa concentração urbanística de várias casas e edificações. Há, inclusive, imagens que demonstram o deslocamento desses marginais para áreas de mata e, a partir daí, a opção pelo enfrentamento foi dos marginais”, completou.

A operação, realizada com apoio de forças estaduais e federais, reacendeu o debate nacional sobre o uso da força policial, a letalidade das ações e os limites da segurança pública nas favelas do Rio.

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