Entraram em vigor nesta quarta-feira, 6 de agosto, as tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, conforme decreto assinado pelo presidente Donald Trump no último dia 30 de julho. A medida eleva a taxa anterior de 10%, aplicada a todos os países desde abril, com um adicional de 40% exclusivo para o Brasil, totalizando os 50%.
A Casa Branca justificou a decisão como uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo o governo americano, representam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. Apesar da medida, uma lista de exceções foi anunciada, isentando produtos como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.
As negociações entre Brasil e Estados Unidos para reverter o “tarifaço” seguem sem avanços. Na última sexta-feira (1º), Trump declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode “ligar quando quiser”, mas, até o momento, o diálogo permanece travado. Em pronunciamento na terça-feira (5), Lula afirmou que o Brasil está aberto a negociações, mas destacou que há pouco espaço para recuos por parte dos EUA. “Estamos dispostos a conversar, mas precisamos de clareza sobre o que pode ser negociado”, disse o presidente.
Lula também revelou que o governo brasileiro está finalizando um plano de contingência para apoiar empresas afetadas pela medida. Auxiliares do Planalto reforçam que uma ligação direta entre os dois líderes só será considerada quando houver um cenário claro para as negociações, evitando um contato precipitado que possa comprometer o diálogo com os americanos.
A imposição das tarifas reacende tensões comerciais entre os dois países, e o impacto econômico no Brasil já preocupa setores exportadores. O governo brasileiro segue monitorando a situação, enquanto busca estratégias para minimizar os efeitos da medida no comércio bilateral.
