Uso indiscriminado de tadalafila preocupa médicos no Brasil
O consumo sem prescrição médica da tadalafila, medicamento indicado para tratar disfunção erétil e outras condições de saúde, tem crescido de forma preocupante no Brasil. A venda do remédio disparou em 2024, tornando-se o quinto genérico mais comercializado no país, com mais de 61,2 milhões de unidades vendidas, segundo a pesquisa Pharmaceutical Market Brasil (PMB), da IQVIA.
Minas Gerais foi o segundo Estado que mais consumiu o medicamento no ano passado, com 7,6 milhões de unidades comercializadas, o que representa 12,44% do total nacional. São Paulo liderou o ranking, com 12,7 milhões de unidades vendidas (20,82%). O aumento da demanda reflete um crescimento contínuo nos últimos quatro anos, com um salto de 47,3% em Minas Gerais em relação a 2023.
A popularização da tadalafila tem sido impulsionada, entre outros fatores, por influências culturais, como a música Tadalafila, da banda Barões da Pisadinha, que já soma quase seis milhões de visualizações no YouTube. Além do uso para melhorar o desempenho sexual, há relatos de que o medicamento tem sido utilizado como pré-treino em academias.
Riscos à saúde
Médicos alertam para os perigos do uso indiscriminado da substância. O urologista Maxmillan Alkimin, do Hospital Universitário Ciências Médicas de Minas Gerais, explica que a tadalafila age como um vasodilatador e é indicada para tratar disfunção erétil, hipertensão arterial pulmonar e sintomas da hiperplasia prostática benigna. No entanto, seu uso sem orientação pode trazer riscos, como queda brusca de pressão, dores de cabeça, problemas cardíacos e interações perigosas com outros medicamentos.
Especialistas reforçam a importância da prescrição médica para o uso seguro da tadalafila e alertam que seu consumo indiscriminado pode mascarar problemas de saúde mais graves.