“Silêncio por medo”: o que é a doxofobia, o transtorno que faz pessoas temerem dar opinião

Em tempos de redes sociais e debates intensos, cresce a atenção para um transtorno pouco conhecido: a doxofobia, o medo irracional de expressar opiniões. Embora o termo derive do grego doxa (opinião) e phobos (medo), ele vai além da simples timidez — trata-se de uma ansiedade profunda diante da possibilidade de se posicionar, ser julgado ou discordar dos outros.

Pessoas com doxofobia sentem verdadeiro pânico ao falar o que pensam. Podem suar, tremer ou travar diante de perguntas simples, preferindo se calar para evitar críticas ou confrontos. O distúrbio costuma surgir em quem já enfrentou rejeição, humilhação pública ou ambientes familiares autoritários, onde opinar era motivo de punição.

Na era digital, o problema se intensifica. O medo do cancelamento, a exposição e os comentários agressivos fazem com que muitos reprimam suas ideias, desenvolvendo comportamentos típicos da fobia. Em casos mais graves, o silêncio forçado leva a sentimentos de inutilidade e isolamento social.

Psicólogos alertam que a doxofobia pode ser tratada com terapia cognitivo-comportamental, que ajuda o paciente a reconstruir sua autoconfiança e a lidar com o medo de julgamento. Falar passa a ser, pouco a pouco, um ato de libertação — e não de ameaça.

Num mundo onde todos têm voz, a doxofobia mostra um paradoxo moderno: o medo não de ficar calado, mas de ser ouvido.

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