Saiba porque tirar CNH está cada vez mais difícil

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) em pesquisa realizada no final do ano passado, mais de 73% dos candidatos reprovam na realização do exame prático de direção veicular. O mesmo não acontece com a prova teórica, cujos índices de reprovação aproximam-se dos 20%. Os motivos para esse altos índices são diversos e a reportagem do Lavras 24h foi às ruas conversar com pessoas que passaram por essa experiência.

Segundo vários instrutores de diversas auto escolas que não quiseram se identificar, esse alto índice de reprovação se baseia em 4 motivos principais. O primeiro fator é que, segundo eles, muitas vezes os alunos não estão realmente preparados com as 20 aulas obrigatórias e precisariam praticar mais, porém, por falta de tempo ou dinheiro, acabam fazendo a prova mesmo assim. Segundo  entrevista concedida ao G1, o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas, Rodrigo Fabiano da Silva,  afirma que o principal problema para a aprovação é a carga horária, que deixa a desejar: “É quase mágica aprovar alguém com 20 horas/aula ou até 15, dependendo do caso” afirma.

O segundo fator é a falta de concentração e nervosismo do aluno “ às vezes, o aluno se encontra preparado, mas por essas questões erra uma manobra ou esquece de olhar o retrovisor” assegura um dos instrutores. “ Eu passei na 5ª vez e todas as vezes tive que tomar um calmante por que é realmente muito estressante e eu errava coisas banais, como na baliza, encostar o pneu no meio fio..” conta Felipe Godoy. O terceiro fator é que muitas vezes o local de prova e de aulas está com irregularidades como buracos e sinalizações faltando “Realmente o local da prova é muito ruim e, além de tudo, parece que os instrutores fazem de tudo pra dificultar e te deixar mais nervosa do que um aluno ficaria normalmente” conta Camila Abreu, estudante da UFLA.

O último motivo é que embora haja um manual que padronize os critérios de avaliação para examinadores, na prática, não é assim: Alguns instrutores são mais técnicos, outros mais práticos, e o aluno, no final, tem que se encaixar no padrão da escola. “é como ensaiar para um teatro e mostrar que você não errou nada no dia, é tudo muito mecânico, como dar a seta e olhar pra um lado e para o outro, pra mostrar pro examinador que você fez, muita gente passou mas não dirige por medo de trânsito. Na prática, no dia a dia, na rua é bem diferente” afirma Felipe.

Segundo todos os instrutores entrevistados, além de uma padronização na própria forma de avaliar o aluno, seria necessário padronizar todos os locais de aula e provas práticas de rua em todo o país, para que a prova seja igual para todos do Brasil e, assim, mais justa. Vale lembrar, por último, que reprovar nessa prova não significa que você seja um mau motorista, significa apenas que você precisa de mais do que a prova pede: prática.

*Reportagem: Talita Tonso –  Estudante de Jornalismo da UFSJ

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