Radialista José Silvério revela em entrevista que quase morreu na Copa de 1978

 

O radialista José Silvério (foto), 74 anos, um dos ícones do jornalismo esportivo do Brasil, afirmou em entrevista que quase morreu durante no final da Copa do Mundo de Futebol, em 1978, na Argentina. Na época ele sofria de uma úlcera.

A reportagem assinada pelos repórteres Rubens Lisboa e Wanderlei Lima, foi publicada nesta sexta-feira, dia 30, no site UOL Esporte.

“Ele acordou na véspera com sangramentos e foi levado ao centro médico pelo repórter Wanderley Nogueira, seu colega na Jovem Pan. Mas o narrador não aceitou a recomendação para se internar e transmitiu o jogo entre Argentina e Holanda, usando panos para estancar o sangue e segurando uma santinha”, narra a reportagem.

Segundo o José Silvério, foi o dia mais dramático da sua vida. “Eu só não morri porque não estava na hora. O médico falou: ‘se você demorasse mais 15 minutos pra chegar aqui, você ia morrer. Você não tem sangue nenhum no corpo, está desfalecido’. Aí fui direto pra colocar sangue”, disse o narrador, que teve que passar por uma operação”, afirmou.

A longa reportagem, que pode ser conferida na íntegra aqui, narra ainda momentos importantes da carreira do ídolo do rádio brasileiro.

Bio

José Silvério é considerado por muitos o mais técnico de todos os locutores esportivos de rádio da história. Começou a carreira narrando até treinos do Fabril, pela Rádio Cultura de Lavras  (cujo diretor descobriu-o quando Silvério narrava uma partida de botão),  e sua primeira partida foi em julho de 1963, entre Olímpica de Lavras e Bragantino. De lá, foi para as rádios Itatiaia e Inconfidência, de Belo Horizonte, Continental, do Rio de Janeiro e a Rádio Tupi, de São Paulo, como correspondente no Rio.

Chegou em 1975 à Rádio Jovem Pan de São Paulo, onde ficou por 25 anos — apesar de uma passagem de três meses pela Rádio Bandeirantes, em 1985. Era o segundo locutor, atrás de Osmar Santos, mas, com a saída deste, assumiu a titularidade em 1977. Teve ainda uma experiência na TV Manchete, sem deixar o rádio. Desde 2000, trabalha para a Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Já narrou mais de 20 modalidades esportivas, mas destacou-se no futebol, sobretudo de São Paulo. Cobriu todas as Copas do Mundo desde 1978. Em sua carreira, passou por situações curiosas, como narrar a final do Campeonato Brasileiro de 1979 na pista de atletismo do estádio Beira-Rio, com os cães da polícia à sua frente. Outra situação curiosa foi durante um treino da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1986: sem autorização para narrar do estádio, os locutores das rádios tiveram de improvisar, e Silvério subiu em uma árvore, de onde avisava o repórter de campo Wanderley Nogueira sempre que não conseguia ver algum lance, para que ele o ajudasse com a narração.

Autor de jargões inúmeras vezes repetidos por outros locutores, sendo o mais notório o “E que golaço!”, que surgiu de improviso e foi incorporado ao seu repertório. Tem uma espécie de “tique”, que é sua marca registrada, qual seja, estender a pronúncia das últimas sílabas das palavras (Por exemplo, o repórter Leandro Quesada é chamado de “Quesadaaaaannnnnnnnnn”).

 

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