Durante o lançamento do programa Reforma Casa Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quem ganha R$ 8 mil por mês “não é pobre miserável, mas é quase pobre”, ao falar sobre a falta de políticas voltadas para essa faixa de renda. A fala gerou polêmica e despertou ironia entre trabalhadores que vivem com bem menos — a maioria, com R$ 1.412, o atual salário mínimo.
Enquanto o governo reconhece a dificuldade da classe média em manter o padrão de vida, boa parte dos brasileiros mal consegue garantir o básico. De acordo com dados do IBGE, mais da metade da população ativa ganha até dois salários mínimos. Em tempos de inflação, aluguel alto e custo de vida nas alturas, a frase soou como deboche para quem estica o orçamento entre contas, supermercado e transporte.
“Se R$ 8 mil é ser quase pobre, então eu devo morar no subsolo da pobreza”, ironizou um internauta nas redes sociais.
O presidente justificou o comentário dizendo que mesmo quem ganha esse valor enfrenta despesas pesadas com aluguel, escola e alimentação. Ainda assim, a declaração expôs um contraste gritante entre a realidade de quem está no topo da renda e a maioria dos brasileiros que luta para encher a geladeira.
No país onde o “quase pobre” ganha R$ 8 mil, o trabalhador que recebe o mínimo segue contando moedas — e rindo para não chorar.
