Quase encerrando mais um mandato no Palácio do Planalto, o presidente Lula segue devendo uma das promessas mais repetidas — e mais esperadas — da campanha: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A proposta, que foi usada como bandeira eleitoral e vendida como alívio para milhões de trabalhadores, continua empacada entre anúncios, adiamentos e cerimônias que nunca acontecem.
O Congresso já fez sua parte: aprovou o projeto. Mas a sanção presidencial, que deveria ser automática para cumprir o que Lula garantiu “desde o primeiro dia”, virou novela. Entre agendas, feriados, articulações políticas e a disputa de protagonismo entre deputados e senadores, o governo insiste em empurrar a decisão para frente, deixando o contribuinte na mesma situação de sempre: esperando.
O Planalto até chegou a planejar uma grande cerimônia, mas adiou o evento sob justificativas políticas — como a necessidade de “prestigiar parlamentares” que participaram da votação. Para quem ganha o teto da isenção prometida, o sentimento é apenas um: frustração.
Enquanto isso, a defasagem da tabela do IR já ultrapassa 140% e corrói, ano após ano, o salário dos brasileiros. E o que era para ser o símbolo de “justiça fiscal”, nas palavras do próprio presidente, segue apenas no discurso.
Faltando pouco para terminar o mandato, a pergunta que fica é simples: cadê a promessa? Porque o tempo de campanha já passou — e o bolso do trabalhador não aguenta mais esperar.
Claudio Reis/Getty Images




