Projeto do curso de Medicina incentiva a doação de sangue e de medula óssea em Lavras

 

 

Em junho, é celebrado o dia mundial e o mês municipal do doador de sangue, uma forma de agradecer os doadores e sensibilizar a sociedade sobre a necessidade mundial de estoques de sangue. O Projeto Sangue Bom (PSB) é uma atividade de extensão do curso de Medicina da Universidade Federal de Lavras (UFLA) que busca incentivar a doação de sangue e medula óssea na cidade. A iniciativa é realizada em parceria com o Posto Avançado de Coleta Externa do Hemominas (Pace Lavras) e a Fundação Hemominas.

O projeto Sangue Bom (PSB) teve início há dois meses. Em virtude da pandemia, no momento são realizadas apenas ações informativas. Com a ajuda de redes sociais como o Instagram, os estudantes, do 4º e 5º períodos do curso de Medicina, auxiliam a população sobre dúvidas e procedimentos de coleta. Segundo o coordenador do projeto e médico responsável técnico do Pace Lavras, professor da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) Marcelo Augusto Araujo Assunção, os estudantes recebem treinamentos sobre hemoterapia e o ciclo do sangue. “São muitos detalhes, por isso optamos por estudantes que estão no meio do curso e tiveram contato com as ligas de oncologia e de urgência e emergência.”

 

A expectativa é que, após a pandemia, os estudantes também auxiliem no dia da coleta e sejam promovidos eventos e palestras durante todo o ano em diversos setores da cidade ou região, como prefeituras, escolas, universidades, PMMG, bombeiros, empresas, academias, etc. “Pretendemos, por meio da informação, quebrar esse tabu da doação de sangue e do cadastro de medula óssea, inspirando jovens, adultos e até idosos a se tornarem doadores de repetição ou difusores de informação de apoio à causa”, esclarece o docente.

Para os estudantes, o projeto Sangue Bom é uma oportunidade de novos aprendizados e conhecimentos, além de aproximar os futuros médicos dos pacientes e seu sofrimento, pois muitas doenças que necessitam de sangue são estigmatizantes, conforme explica o professor Marcelo. “Ainda existem situações nas quais o uso de sangue não é realizado, pela falta deste ou pela incompatibilidade; a morte também se faz presente em muitos casos. Todas essas situações são acompanhadas e intermediadas pelos estudantes, mesmo quando não há resolução, pois é fundamental a assistência prestada, o apoio e o conforto aos pacientes.”

A estudante Aira Almeida Caputo, do 5º período do curso de Medicina, diz que  é uma honra ser integrante do projeto sangue bom. “Sabemos a necessidade de abastecer os bancos de sangue e quanto esse ato de doação reflete na vida de quem precisa. Esse abastecimento, por sua vez, só ocorre por meio da mobilização da sociedade, para conseguirmos doadores. Sendo este o objetivo principal do nosso projeto, creio que ele assume um papel importante na sociedade e permite fazermos parte da construção de uma consciência coletiva a respeito da importância da doação de sangue.”

Sobre a doação de sangue

A doação de sangue surgiu no século XVII e percorreu um longo caminho até chegar à maneira como é feita atualmente. O Dia Mundial do Doador de Sangue foi instituído em 2005 pela Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os requisitos básicos para ser doador são: estar em boas condições de saúde; ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos; pesar no mínimo 50kg; estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas); estar alimentado e apresentar um documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato. A doação pode ser realizada quatro vezes ao ano por homens e três vezes ao ano por mulheres.

Depois de doado, o sangue é separado em hemácias, plaquetas e plasma, por centrifugação. Em seguida, passa por análises de Hepatite B e C, Sífilis, doença de Chagas, AIDS, HTLV I/II, e indicações do tipo sanguíneo e fator RH. Após a liberação do resultado negativo dos exames, as bolsas com componentes do sangue são armazenadas e seguem para distribuição, sendo direcionadas para pessoas que estão em tratamento para diversas doenças, como câncer, febre amarela, anemia e até mesmo a Covid-19. As bolsas de sangue também são usadas no tratamento de vítimas de acidentes de todo o tipo que precisam de procedimentos e cirurgias complexas, além de desempenhar uma função especial nos cuidados maternos e neonatais.

O ciclo do sangue no município de Lavras é trabalhado pelo Hemominas regional, situado em São João Del Rei. Devido ao elevado consumo de sangue no município, a coleta de sangue e medula óssea é realizada na cidade todas as terças e quintas-feiras, mediante agendamento, para contribuir com a fundação Hemominas com o suporte hemoterápico regional.

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