Aprender a digitar, criar um e-mail e navegar com segurança na internet são conquistas que representam muito mais do que simples habilidades tecnológicas para os participantes da Apae Lavras. Elas simbolizam independência, autoestima e novas possibilidades. Tudo isso está sendo possível graças a um projeto de extensão da Universidade Federal de Lavras (UFLA), voltado ao ensino de informática básica para pessoas com deficiência intelectual.
As aulas acontecem às sextas-feiras, em dois turnos, no Laboratório 6 do Departamento de Computação (DCC/UFLA). O projeto é coordenado pelo professor Hermes Pimenta de Moraes Júnior, do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (Icet/UFLA), e nasceu da parceria entre a Universidade e a Apae. Segundo ele, a proposta surgiu da necessidade de preparar os alunos para o mercado de trabalho, ampliando sua familiaridade com o mundo digital. “O ensino da informática amplia as possibilidades de inserção profissional, abrindo caminho para novas vagas e melhores colocações”, explica o coordenador.
O entusiasmo dos alunos é evidente. “Gosto de aprender coisas novas, como mexer no computador, criar e-mail, imprimir e tirar print. Caso eu precise disso em um trabalho, vou estar mais preparado”, conta Lucas Sales Carvalho, um dos participantes.
As aulas são conduzidas de forma prática e acessível, com o apoio de estudantes da graduação que atuam como monitores voluntários. “Aprendi a importância da empatia e da adaptação. Cada aluno tem seu ritmo, e o papel do educador é respeitar isso”, destaca Giovanna Silva Lisboa, aluna de Sistemas de Informação.
Para a pedagoga da Apae Lavras, Marcela Silva de Souza Lima, a iniciativa tem transformado vidas. “Eles ganham autonomia, conhecimento e autoestima. Só de estarem na UFLA, em um ambiente universitário, já se sentem valorizados. É um ganho para todos.”





