Professores lavrenses fazem protesto contra baixos salários e em solidariedade a colegas no Paraná

Grupo de professores protestam com movimento “Vá de preto” em Lavras.
Grupo de professores protestam com movimento “Vá de preto” em Lavras.

Um grupo de professores lavrenses decidiu protestar de forma inusitada contra a situação da categoria em Minas Gerais e também em solidariedade aos educadores do Paraná, que chegaram a ser alvo de violência praticado por policiais militares durante atos de greve recentemente.

O movimento denominado “Luto pela Educação” aconteceu em várias escolas da cidade na semana passada. Vestidos com roupas pretas – o chamado “Vá de preto”, os professores ocuparam as salas de aula para chamara a atenção sobre o descaso do poder público que a há décadas assola a educação pública do país.

Com 16 anos de carreira, a professora Sueli Sonia da Silva Carvalho afirmou que a categoria tenta uma reunião com o prefeito de Lavras em busca de apoio a categoria. “A desvalorização é muito grande para coma nossa profissão. Temos muitas vezes que manter uma jornada tripla de trabalho para podermos ter um salário digno”. Ela declarou que o movimento pela educação em Lavras é pacifico, mas não passivo.

“Não achamos justo o que fizeram com os professores do Paraná. Somos profissionais e temos o direito de lutar pelas nossas reivindicações. Já em Minas Gerais, muitos professores efetivados não sabem se terão o seus empregos garantidos. Estamos sendo calados de todas as formas com violência”, afirmou Sueli.

Carga

professores greve luto 1

Os professores cobram o acordo feito com o governo estadual para a equiparação salarial dos profissionais mineiros, defasada com relação ao restante do país. Hoje o subsídio pago aos profissionais mineiros da educação é R$ 1.455, enquanto que em outros estados da federação esse valor chega a R$ 1.900.

A categoria também reivindica melhorias no plano de carreira e pedem a instalação de uma subsede regional do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindute) em Lavras.

A colega Márcia Carvalho, que também participou dos atos, afirmou que o Brasil nunca respeitou os professores. “Nossos salários estão defasados há muito tempo. É difícil encarar a sala de aula com essa situação, pois há cobrança por parte da sociedade com relação ao nosso desempenho profissional”. Os profissionais também apontam a problemas de saúde e emocionais provocados pela extensa carga horária de trabalho que muitos profissionais são obrigados a enfrentar para poderem se manter economicamente.

“Não tempos apoios nenhum, nem mesmo um plano de saúde. A criança é a nossa prioridade em sala de aula, mas fora dela não somos prioridade em nenhum momento”, finalizou Maria Alice Ramos Santos, que há mais de 20 anos dá aulas na cidade.

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