Assassinato aconteceu dias depois da mudança na legislação que tornou o feminicídio um crime autônomo.
A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Samambaia obteve, nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, a condenação de Daniel Silva Vitor pelo feminicídio de Maria Mayanara Lopes Ribeiro. A pena foi fixada em 43 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado. Esse é primeiro julgamento no Brasil com condenação pela nova lei, que endureceu as penas para esse tipo de crime. O réu não poderá recorrer em liberdade.
Os jurados reconheceram as três causas de aumento de pena apontadas pela Promotoria de Justiça: o crime foi cometido de forma cruel (Maria Mayanara foi subjugada, arrastada pelos cabelos e agredida com socos antes de ser esfaqueada); ela era mãe de duas crianças; e o crime foi praticado na presença dos filhos da vítima.
O crime aconteceu em 14 de novembro de 2024, por volta das 18h, no assentamento Leão Judá, em Samambaia. Daniel e Maria Mayanara viviam em união estável havia cerca de seis meses e residiam com os filhos dela, de um e três anos de idade, e com seu irmão mais novo, de oito anos de idade. Após uma discussão motivada por ciúmes, Daniel arrastou a então companheira pelos cabelos e a agrediu com socos e golpes de faca. As três crianças presenciaram o crime. Maria Mayanara foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.