Por Diego Nascimento: Esqueceram de mim

 

 

Já teve a sensação de ter sido alvo do esquecimento de alguém? Garanto que sim! Por mais que seja uma situação nada agradável, há quem faça a festa quando isso acontece; pelo menos na ficção. Foi inspirado nesse contexto que o  produtor, diretor e roteirista John Hughes criou um dos maiores sucessos do cinema na década de 1990: o filme Esqueceram de Mim.

A primeira produção, por exemplo, foi responsável pela ascensão do pequeno ator Macaulay Culkin e trouxe à tona as peripécias de um garoto que  aprontou altas travessuras quando foi esquecido em casa por seus pais que na pressa de seguirem para o aeroporto, não verificaram se toda a família estava a bordo dos carros e do avião. Sem mais spoilers, eu deixarei que o restante da história seja descoberto quando você assistir o filme, se ainda não o fez.

Embora eu tenha optado por minimizar o fato por meio de uma comédia hollywoodiana, o fator do esquecimento tem efeitos colaterais marcantes no universo da comunicação e da gestão. Entenda que minha abordagem não está ligada a questões neurológicas, mas à falta de atenção e percepção que direta ou indiretamente exercemos sobre alguém ou um grupo. E não foi a pandemia do coronavírus que exaltou esse pensamento; o assunto é antigo na sociedade.

Na base da Comunicação, o esquecimento se perfaz nos momentos em que um indivíduo quer “falar bonito” e utiliza expressões que a audiência, muitas vezes na simplicidade, desconhece por completo. Também acontece naquela reunião em que propositadamente um colega não cumprimenta o outro por um ato de ignorância até que alguém diga: “Ei, esqueceu do fulano?”. O “esquecimento” costuma fazer companhia para quem se abstém de expressar uma bela saudação aos seus familiares durante o almoço de domingo ou mesmo na hora de manifestarmos uma palavra de acalento para aqueles que precisam.

No ambiente da gestão, os exemplos são diversificados. O esquecimento pode acontecer quando a equipe alcança uma meta e não recebe um “Parabéns” ou  quando um colaborador não honra a oportunidade de trabalho por meio de um atendimento de excelência. Em ambos os casos, as consequências negativas podem surgir a curto ou médio prazo.

A Bíblia Sagrada traz um registro a respeito do esquecimento e do desamparo que muitas vezes testemunhamos nas relações humanas. Paulo, o evangelista, em sua carta aos Coríntios no capítulo 4, versos 8 e 9, diz: “De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos”. Na perspectiva bíblica, aprendemos que jamais somos esquecidos por Deus, mas devemos buscar a proximidade com ELE, seja qual for a situação.

Sendo assim, eu recomendo fortemente que observemos as nossas atitudes. Não fomos criados em um linha de produção de fábrica; somos seres humanos passíveis de falhas mas com a responsabilidade de aperfeiçoar o nosso jeito de ser. Será que estamos esquecendo de algo ou alguém? Entenda que Aquele que é o mesmo ontem, hoje e sempre jamais se esquecerá de você.

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