Por Diego Nascimento: Cuidado: material tóxico



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Os moradores de Pripyat/Chernobil na Ucrânia e de Goiânia, no Brasil, sabem o real significado de uma alerta desses: “Cuidado – material tóxico.” Ambos os locais foram palco de desastres nucleares que ceifaram vidas e deixaram consequências traumáticas até os dias hoje. Mesmo após três décadas, muitos objetos que tiveram contato com substâncias radioativas permanecem isolados sob um forte esquema de segurança para evitar que o pesadelo reapareça.


Meus leitores sabem o quanto gosto de analogias. Nesse contexto, tomarei a liberdade de alertar você sobre algo perigoso: gente tóxica. Isso mesmo: gente tóxica. E não venha pensar que as pessoas ao seu redor estejam manipulando material contaminado (quem sabe? Risos…). Na verdade, a toxicidade da qual falo está ligada a duas atitudes deploráveis e que fazem mal em questão de segundos: a arrogância e a fofoca. Calma, explicarei de forma bem fácil.


A arrogância é uma doença que precisa ser tratada e que tem envenenado famílias e relações de amizade e de trabalho. A pessoa contaminada apresenta sintomas como “olhar destruidor”, soberba, tom de voz agressivo e a falsa percepção de que tem controle sobre tudo, inclusive sobre a vida dos outros. Os efeitos são tão nocivos que os poucos “amigos” que existem estão ali em virtude da pena ou do medo.


Já a fofoca se origina de pessoas e situações que nem imaginamos. A decepção é o primeiro item de uma lista de danos colaterais que trazem lágrimas, palavras desnecessárias e podem até provocar a morte. O tratamento é doloroso, mas é capaz de resgatar vidas e reunir corações estraçalhados pelo “o que o fulano me falou.” A pessoa adepta à essa atitude nefasta deixa de respeitar a si mesmo quando esquece de si, envolve na vida alheia e semeia a discórdia. Digo e repito: quem faz fofoca PARA você, faz fofoca DE você.


Se você aguarda uma mensagem de conforto, aí vai: existe cura para esses dois problemas. Em ambos os casos, reconhecer que dependemos dos outros e que vivemos em comunidade é o primeiro passo. Ninguém vive sozinho. Se alguém pensa assim, que comece a recolher o lixo da rua, a fazer manutenção do sinal de TV, a atender pacientes nos postos de saúde, a transportar frutas e verduras para os supermercados, enfim, que volte ao mundo real e pare de pensar que é melhor do que A ou B. Podemos sim ter características diferentes, porém, estamos dentro de um sistema onde cada um faz a sua parte. Até a cadeira ou o sofá que utilizamos é fruto de um trabalho de equipe iniciado em lugares extremamente simples.


Consultando o livro de Provérbios, no capítulo 3, verso 13, encontramos a afirmação de que “Feliz o homem que encontra a sabedoria e adquire o conhecimento.” Por meio dessas duas importantes palavras (sabedoria e conhecimento) passamos a entender como é completamente desnecessário pensar que somos donos do mundo e que podemos agir de qualquer modo e falar o que vier à cabeça. Puro engano. Quando a sabedoria vem do alto, dada por Deus, é certo que nosso conjunto de ações será rico em compartilhamento do que é bom, na criação de oportunidades e no trabalho eficaz. Deixe que o Médico dos médicos, o Soberano, faça um tratamento completo. Fale com ELE: o único remédio eficiente contra a arrogância e a fofoca.

Pense nisso!

• Diego Nascimento é jornalista corporativo, palestrante, consultor e tradutor consecutivo Inglês/Português. Mais em www.diegonascimento.com.br

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