Por Cléa Andrade: Sobre a Retórica de Maria Flor – 29/01/21

 

 

Já passei da idade para crer em políticos, mas do que se observa da retórica da artista (para além de atriz), foi utilizar-se das ferramentas que atualmente a massa entende, qual seja, falar valendo-se dos verbetes que aplaudem no seu “líder”. Para satisfazer a todos valeu-se de um repertório que andava sumido das bocas femininas cada vez mais intimidadas quando o assunto é política. Não por acaso sua voz soou suada, difícil de sair, só saindo porque extrapolou da tampa e tinha que derramar. Derramada que se fez, falou em nome daqueles que concordam, mas não falam, não escrevem, não questionam e não entendem porque nosso povo tem que lidar com vírus demais nesses tempos. Alguns são chamados a falar. Ela foi chamada. E falou. Para que serviu isso? Para minimamente desencadear uma reflexão do que buscamos em um líder: que ele tenha vocabulário compatível com nossa língua tão rica, além de conhecimento do tema “política” ou que ele se valha de palavras ilustrativas daqueles que buscam o caminho mais fácil, sem estudo, sem trabalho mental, despido de valores gerais que norteiam qualquer profissão. Se sou escritora é porque produzo escritos. Se é um político é porque “está” político = cargo temporário de confiança de todos, sem especialização, não se constituindo, portanto, em uma profissão.

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