Planalto orienta Lula a evitar falas improvisadas sobre segurança pública após repercussões de declarações anteriores

A equipe do Palácio do Planalto orientou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a evitar discursos improvisados sobre segurança pública. A recomendação, segundo aliados próximos, tem como objetivo impedir que declarações mal interpretadas se tornem munição para a oposição, especialmente diante da crescente centralidade do tema no cenário político e eleitoral de 2026.

Fontes do governo afirmam que o episódio ocorrido durante a visita de Lula à Indonésia — quando o presidente disse que “traficantes são vítimas de usuários” — foi determinante para a adoção de uma postura mais cautelosa. Apesar de o chefe do Executivo ter se retratado posteriormente, afirmando que a frase havia sido mal colocada, o trecho continua sendo explorado por adversários políticos, em especial pela direita, nas redes sociais e nos discursos públicos.

Desde a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha na última terça-feira (28), o presidente tem preferido se manifestar apenas pelas redes sociais. Em publicação feita na quarta-feira (29), Lula informou ter se reunido com ministros e determinado o envio de uma comitiva ao Rio para dialogar com o governador Cláudio Castro (PL) sobre medidas conjuntas de enfrentamento ao crime organizado.

Nos bastidores, assessores reforçam que todas as falas públicas do presidente sobre o tema serão previamente avaliadas, a fim de garantir um tom institucional e evitar distorções. A nova diretriz reflete a preocupação do governo em manter uma comunicação equilibrada num momento em que a segurança pública volta ao centro do debate nacional, impulsionada pela crise no Rio e pela pressão política sobre o Planalto.

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