Pesquisadores desenvolvem técnica precisa de corte de árvores

As maiores preocupações na gestão dos empreendimentos florestais dizem respeito ao momento exato do corte das árvores para se obter a melhor rentabilidade e a capacidade de produção sustentada da área florestal à médio e longo prazo. Atentos ao desafio, pesquisadores do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) criaram uma técnica rápida e precisa na definição da taxa ótima de corte das árvores.

A pesquisa foi desenvolvida pelos doutorandos em Engenharia Florestal da UFLA Talles Lacerda, Thayane Carvalho, Isáira Lopes, e engenheiro florestal Aquilles Oliveira. Os estudantes foram agraciados no X Simpósio Brasileiro de Pós-Graduação em Ciências Florestais, promovido recentemente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal.

Orientado pelo professor do DCF Lucas Rezende Gomide, o trabalho intitulado “Método alternativo de definição da taxa volumétrica anual de corte via regressão” foi contemplado com menção honrosa na categoria manejo florestal.

Para elaborar a nova técnica, pesquisadores usaram um método matemático no intuito de obter a taxa volumétrica da área florestal ótima para corte das árvores, isto é, o melhor momento da derrubada. O procedimento foi ajustado a 70 cenários variados de
grandes plantações de eucalipto, com diferentes níveis de produtividade e idade da floresta.  Com o método inovador, a indústria contará com informações rápidas e precisas da taxa máxima de corte anual nos plantios, a partir de dados presentes em um inventário florestal.

Hoje, o método tradicional utilizado para medir a taxa de corte da árvore é o Incremento Médio Anual (IMA), que mede o crescimento médio da floresta até a idade analisada. “Embora forneça boas informações, o IMA falha em relação ao volume exato da área florestal para corte para um conjunto de áreas ou talhões”, frisou Lucas Rezende Gomide.

Até então, segundo o professor do DCF, várias simulações que indicavam taxas de cortes de árvores foram elaboradas no mundo inteiro, mas não eram aplicáveis às florestas brasileiras.

Lucas Rezende Gomide esclarece que a taxa ótima de corte é vital para a produção sustentada da indústria madeireira. “Os plantios florestais precisam de um estoque regulatório ideal de produção, caso contrário não se mantém ao longo do tempo. Se é colhido mais do que a floresta produz de madeira por ano, a sua capacidade de produção fica comprometida com o passar do tempo, influenciando na compra de madeira pela indústria, cujo preço geralmente é mais alto”, esclarece.

Perdas

Os resultados do trabalho mostraram que o método tradicional inviabiliza o corte eficiente das áreas florestais, se comparado à nova técnica elaborada pelos pesquisadores da UFLA. Segundo dados da pesquisa, para o cenário avaliado a empresa perde aproximadamente 12 mil metros cúbicos de madeira, ao adotar o IMA como referência.  “Equivale a 60 hectares perdidos e prejuízo de, em média, R$ 600 mil por ano”, afirmou o doutorando em Engenharia Florestal da UFLA, Talles Lacerda.

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

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