Mais que um cartão postal, a Praça Dr. Augusto Silva é um espaço público que reflete o jeito de ser do lavrense, que vê nele um local propício para o encontro, a diversão, o estabelecimento dos laços afetivos e da amizade.
Um cenário tão acolhedor merece todos os cuidados necessários para continuar a existir. Contudo, não é bem essa realidade de quem costuma passar ou frequentar a praça. Uma visita feia pela reportagem do Lavras 24 Horaspor ela mostra que a situação é preocupante.
Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2006, a praça convive atualmente com andarilhos e hippies, que, por lei, não poderiam utilizar o espaço. Na quinta-feira, dia 30, no entanto, muitos hippies e andarilhos comercializam seus produtos no local sem qualquer fiscalização por parte das secretárias competentes da Prefeitura Municipal.
Outro problema grave é a situação dos bancos da praça, um dos principais atrativos que permitem que o cidadão possa se sentar no local por alguns instantes para contemplar a paisagem ou mesmo conversar com um conhecido. A reportagem flagrou muitos deles danificados. Foram sete na Praça Dr. Augusto Silva e dois na Praça da Bandeira.
A maioria dos bancos apresenta desgastes por falta de manutenção na pintura feita a base de verniz. Daqueles que apresentam problemas, faltam ripas, sendo que muitos deles foram danificados por vândalos, que utilizam tinta de corretores ortográficos para marcar os mesmos com nomes e mensagens. Nem mesmo uma palmeira na Praça da Bandeira escapou desse tipo de ação.
Sujos
No caso dos monumentos, a situação também inspira preocupação. Na geografia de ermas erguidas para lembrar aqueles que ajudaram a construir o município no passado, destaque-se a do médico e político Paulo Menicucci. Inaugurada há 54 anos atrás, a peça tem sua base completamente solta, podendo ser movimentada por qualquer pessoa, oferecendo risco de furto ou queda.
Nem mesmo a erma do médico Dr. Augusto José da Silva – que dá nome à praça, escapa da necessidade de cuidados. O busto de mármore branco é alvo não só da sujeira dos pássaros, mas do limo que toma conta dele, contrastando com a seriedade facial do homenageado.
Um dos principais símbolos da praça, a pérgola também sofreu uma descaraterização involuntária por conta do forte temporal que caiu sobre a cidade em agosto do ano passado. Naquela ocasião parte da estrutura do monumento foi destruída por uma árvore, sem que um reparo fosse feito para substituição da peça danificada.
O sistema de iluminação do palco central da praça também apresenta defeito durante a noite, sendo que algumas lâmpadas queimaram. Revitalizada em 2014, a sua Fonte Luminosa é pouco ligada para que possa ser observada pelos moradores.
Melhorias
A reportagem procurou com a responsável pela Secretária de Cultura, Deborah Rezende Cardoso, para falar sobre a situação da praça. Ela afirmou que a praça deverá receber uma limpeza juntamente coma reforma dos bancos, o que não aconteceu porque não houve a poda das árvores, que depende do Corpo de Bombeiros para ser realizada.
“Nós havíamos agendado uma data para que os bombeiros realizassem a poda das árvores, pois sem isso não tem como limpar e reparar o local, mas tivemos que marcar uma nova data. O que deverá acontecer nas próximas semanas”, disse Débora.
A secretária reafirmou que a presença de hippies e andarilhos na praça é proibida pela lei de tombamento e que o assunto ganhou a pauta do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico para que medidas sejam tomadas para reverter a situação. O órgão pretende criar uma parceria com duas secretárias, Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social, ambas responsáveis pela fiscalização atendimento dos hippies e andarilhos no município.