Paraguai declara guerra ao crime organizado e classifica PCC e Comando Vermelho como grupos terroristas



O governo do Paraguai adotou uma das medidas mais duras da América do Sul no combate ao crime organizado. O presidente Santiago Peña assinou um decreto que classifica as facções brasileiras Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas internacionais, permitindo o uso das Forças Armadas em operações contra esses grupos.

A decisão foi anunciada pelo Ministério da Defesa paraguaio e tem como objetivo reforçar o controle nas regiões de fronteira com o Brasil, onde as facções atuam principalmente no tráfico de drogas e armas. Com a nova classificação, as forças militares passam a ter autorização legal para participar de ações diretas de combate e neutralização de integrantes dessas organizações, em apoio às forças policiais.

“Não vamos negociar com terroristas. Nosso dever é proteger os cidadãos de bem e garantir a soberania nacional”, afirmou o ministro da Defesa, Óscar González.

A medida ocorre após sucessivas operações que revelaram a presença crescente de membros das facções brasileiras no território paraguaio, principalmente em cidades como Pedro Juan Caballero e Capitán Bado, próximas à fronteira com o Mato Grosso do Sul.

O anúncio também foi bem recebido por setores militares e parlamentares conservadores do país, que vinham pressionando o governo a agir de forma mais contundente. A Argentina, por sua vez, também já classificou as facções como terroristas, em ação coordenada com o Paraguai.

Apesar da retórica dura usada por autoridades paraguaias — que mencionaram a possibilidade de “reação letal” em caso de confronto — não há autorização explícita para extermínio indiscriminado. As ações continuam sujeitas ao controle das leis nacionais e internacionais.

Com isso, o Paraguai se distancia da postura mais cautelosa do governo brasileiro, que ainda evita classificar as facções como organizações terroristas, tratando-as oficialmente como grupos criminosos.

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