Órgãos discutem ocupação desordenada de hippies e ambulantes na Praça Dr. Augusto Silva

A ocupação desenfreada de hippies, pedintes e vendedores ambulantes na Praça Dr. Augusto Silva e seu entorno foi tema de uma reunião promovida por vários órgãos no último dia 9, na Casa de Cultura de Lavras.

Com seu crescimento populacional cada vez mais em alta, o município passou a conviver com um problema que atinge principalmente os grandes centros do país. No caso dos ambulantes, tal ocupação nos espaços públicos tem diminuído a livre circulação de pedestres nas calçadas que dão acesso às lojas e instituições financeiras.

Mesmo com a Secretária de Assuntos Econômicos ter prometido resolver a questão através de maior fiscalização do setor, o problema persiste. Nas calçadas, eles vendem de tudo um pouco: frutas, DVD’s piratas, cartões de telefone, roupas e brinquedos. No caso dos hippes, eles comercializam seu artesanato, se posicionando especialmente ao lado dos bancos.

Já no caso dos pedintes que costumam ser vistos na Praça Dr. Augusta, a Secretária Desenvolvimento Social tem desenvolvido iniciativas para encaminha-los a abrigos e seus locais de origem, mas é uma realidade que passou a fazer parte do cotidiano da cidade. A Secretária de Cultura já alegou que a presença deles também coloca em risco o local, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico do município.

Empresários do comércio varejista reclamam também da sujeira e o mau cheiro provocados pelos andarilhos tanto na praça como em pontos específicos de seu entorno durante a noite, como a banca de jornal ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, e também em frente a uma ótica onde funcionou a extinta Casa Juca Procópio.

Por sua vez, os hippes já ocuparam o plenário da Câmara Municipal para pedir a regulamentação de suas atividades. A Prefeitura Municipal também prometeu resolver a questão, mas o cenário permanece o mesmo.

No caso dos ambulantes e hippies, empresários defendem a criação de um local destinado a eles, como acontece com o chamado “camelódromo”, o grande galpão na região central que abriga dezenas de profissionais do comércio informal. O aluguel de R$ 14 mil mensais é pago de forma conjunta pela categoria.

Opinião

Reunião realizada na semana passada com órgãos competentes discutiu vários aspectos do problema e os caminhos para se encontrar uma solução viável.
Reunião realizada na semana passada com órgãos competentes discutiu vários aspectos do problema e os caminhos para se encontrar uma solução viável.

A reunião contou com a participação do coordenador de Proteção Social e Especial do município, Stenio Luz Barbosa Xavier, o representante da Câmara Lojista de Lavras (CDL), Huanderson Emilson dos Santos, o secretário de Desenvolvimento Social, o pastor Wellington Vieira, a presidente do Conselho do Patrimônio Histórico de Lavras, Clarice Pacheco, o comandante da A 54ª Companhia de Polícia Militar, capitão Rodrigo de Fátima Afonso, o assessor especial de Assuntos Econômicos da Prefeitura de Lavras, João Batista Soares da Silva e a secretária municipal de Cultura, Deborah Cardoso.

Segundo Deborah Cardoso, o principal motivo do encontro foi discutir a Lei 3685, implantada em 2010, que disciplina o comércio hippie no município. “Estamos estudante cada caso dos artesãos e nômades que permanecem na cidade em caráter provisório”. Foi abordado também o uso e ocupação do solo de área privada pelos hippes e a questão do espaço tombado da Praça Dr. Augusto Silva.

“Trata-se de uma situação bastante delicada dos pedintes. A população cobra providencia dos órgãos competentes, mas ela própria dá condições para que eles permaneçam nas ruas, já que promovem doações de cobertores, dinheiro e alimentação. Isso favorece a permanência deles”, avaliou Deborah Cardoso.

O capitão Rodrigo de Fátima Afonso informou que é comum surgir solicitações por parte dos comerciantes para resolver a situação dos pedintes na área central e nas imediações do Terminal Rodoviário Maurício Ornelas. “Esse trabalho tem que acontecer de forma conjunta com a Secretária de Bem Estar Social”.

Para o secretário João Batista Soares da Silva, o problema preciso ser resolvido, pois a venda de produtos dos ambulantes é uma prática ilegal. “Nós precisamos encontrar uma solução para que o direito constitucional dessas pessoas seja assegurado de ir e vir, mas sem prejudicar o restante da comunidade”, finalizou.

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