ONU “horrorizada” com operação no Rio que registra mais de 50 corpos chegando à praça e intensifica pressão sobre o Estado

A organização Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou-se nesta terça-feira (28/10) dizendo estar “horrorizada” com a megaoperação das forças de segurança nos Complexo do Alemão e Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, que já deixou ao menos 64 mortos, entre eles quatro policiais. A ação mobilizou cerca de 2.500 agentes com o objetivo de cumprir 51 mandados de prisão contra integrantes da facção Comando Vermelho. Durante o enfrentamento, 81 pessoas foram detidas e ao menos 75 fuzis apreendidos.

Fontes presentes no local informaram que mais corpos chegaram hoje a uma praça da comunidade, aumentando o clima de horror e tensão entre os moradores que já vinham vivenciando o cenário como uma zona de guerra. O Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu que as autoridades brasileiras realizem “investigações rápidas e eficazes” e lembrou dos compromissos do país sob o direito internacional dos direitos humanos.

A operação foi deflagrada para conter o avanço territorial da facção na região, mas especialistas e lideranças comunitárias apontam para a escalada da letalidade das intervenções policiais em favelas como parte de um padrão preocupante. O aparecimento de mais corpos na praça é uma prova visual da dimensão do conflito e do impacto na comunidade, que agora exige esclarecimentos, transparência e responsabilização.

A ofensiva desencadeou barricadas, uso de drones, troca de tiros e ação combativa por parte dos criminosos — o que reforça a gravidade da situação e o desafio que o Estado enfrenta para garantir segurança e respeito à vida simultaneamente. A comunidade local, por sua vez, vive o medo cotidiano e cobra se alguma rotina de retorno à normalidade será possível após esse capítulo traumático.

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