O estranho fenômeno da criptomnésia: quando sua “ideia original” na verdade não é sua

Já imaginou ter certeza absoluta de que acabou de criar algo genial — uma frase, uma melodia, uma solução — e depois descobrir que, na verdade, essa ideia já existia e você só não lembrava de onde veio?
Esse fenômeno psicológico tem nome, é real e muito mais comum do que parece: criptomnésia.

A criptomnésia acontece quando o cérebro recupera uma informação antiga, mas sem trazer junto a lembrança da fonte. O resultado é curioso: a pessoa acredita genuinamente que teve uma ideia inédita, quando na verdade está apenas repetindo algo que já ouviu, leu ou viu antes.

Pesquisadores explicam que esse mecanismo é uma espécie de “falha de etiqueta” da memória. Em vez de arquivar o conteúdo com seu devido crédito — como fazemos com autores, músicas e experiências — o cérebro solta a informação sem assinatura, como se fosse criação própria.
Não há intenção de copiar, plagiar ou enganar. É um engano involuntário da mente.

Casos famosos já foram registrados na música, na literatura e até em experimentos científicos. O próprio Freud citou episódios em que estudiosos apresentavam teorias “novas” que depois se mostraram quase idênticas a textos antigos que eles haviam lido anos antes.

Para especialistas em neurociência, a criptomnésia é uma janela intrigante para entender como nossa memória funciona — e como, às vezes, ela nos prega peças.
Afinal, o cérebro é brilhante para guardar informações… mas nem sempre é tão bom para dizer de onde elas vieram.

Da próxima vez que uma ideia “brilhante” surgir do nada, vale a pergunta: será mesmo inédita? Ou apenas um fragmento esquecido que resolveu reaparecer?

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