“Nunca vi nada parecido com essa situação”, diz clínico do Hospital Vaz Monteiro

 

 

“Eu nunca vi uma situação como essa em toda a minha carreira”.   A fala dramática e verdadeira é do coordenador do setor da Covid-19 do Hospital Vaz Monteiro, Dr. Marcos Saraiva.

Com 35 anos de profissão, ele revelou, em entrevista exclusiva ao Lavras 24 Horas, a situação preocupante dos efeitos da segunda onda da pandemia da Covid-19 em Lavras nas últimas semanas.     E confessa que nunca viveu uma situação parecida como essa em toda sua carreira.

No Hospital Vaz Monteiro, os 20 leitos (10 da enfermaria e 10 da Centro de Tratamento Intensivo-CTI) usados para o tratamento da doença estão com 100% de ocupação. Um efeito que trouxe consequências bastante negativas, do ponto de vista emocional, psicológico e de saúde, para toda a equipe médica do hospital, que tem trabalhado sob pressão devido a alta dos casos na cidade e na região.

Ele relatou que um profissional do setor da saúde perdeu pai e mãe esta semana na cidade em consequência da Covid-19. Como Lavras é uma cidade referência no setor na região, a maior parte dos pacientes que precisam de internação é de fora da cidade.

Para o Dr. Marcos Saraiva, o aumento de casos mais graves e com maior complexidade atinge hoje pessoas com menos de 60 anos. Mesmo sem análises clínicas comprovadas, ele acredita que esse é um  sintoma das novas variantes do coronavírus que circulam pelo país.

Vacinação

Um fator positivo, segundo o médico, é que pessoas com idade entre 75 e 80 deixaram de contrair a doença na cidade em decorrência da vacinação ocorrida nas últimas semanas. O que mostra que só com a vacinação e o isolamento social se poderá derrotar a doença.

Ele afirmou que os fatores de risco como aglomeração de pessoas continua ser o fator de maior contágio da doença na cidade. “Muitas pessoas continuam a fazer festas e encontros em suas casas, sendo que o isolamento não é feito. A pessoa hoje pode ter o melhor plano de saúde do país, mas se precisar de tratamento no hospital não haverá vaga. É preciso que as pessoas tomem todos os cuidados necessários para evitar ser contaminada”, declarou o também chefe do CTI do Hospital Vaz Monteiro.

Dr. Marcos Saraiva afirmou que os efeitos da segunda onda da Covid-19  deverá durar até o final deste mês, caso as medidas impostas pela Onda Roxa do Governo estadual consigam gerar frutos positivos. Contudo, o melhor a fazer neste momento é continuar a seguir todas as regras de segurança do isolamento social.

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