Mudanças por meio de mecanismos do mercado

A perspectiva inerente ao consumo acelerado na sociedade atual é uma temática que tem assumido relevância quando leva em consideração os impactos negativos que são causados ao meio ambiente. Um dos principais fatores que ocasionou o consumo acelerado foi a industrialização, uma vez que a mesma desde o seu surgimento tem proporcionado ao mercado à inovação em bens e serviços, estimulando o consumo. Tal comportamento resulta em um excesso de lixo dos mais variados tipos, sendo eles provenientes de atividades industriais, como o lixo industrial, o lixo urbano resultante da atividade humana, o lixo eletrônico que são equipamentos eletrônicos descartados, como por exemplo, TV, telefones móveis, computadores, baterias de celulares, entre outros aparelhos. Visto isso, a sociedade se depara com uma vasta gama de impactos negativos. Sendo assim, como o governo pode criar mecanismos a fim de resolver o problema em questão?

No livro “Reinventado o Governo”, de Osborne e Gaebler (1992), os autores apresentam exemplos práticos da utilização de medidas que podem favorecer a utilização de mecanismos de mercado, ou seja, são estratégias que o governo aplica no mercado, voltadas para o interesse público. Vejamos um exemplo citado na obra: “No que concerne à proteção ambiental, a Lei do Ar Limpo de 1990, utilizou, para controlar a chuva ácida, um mecanismo de mercado que se assemelha a um imposto sobre a poluição- a chamada emissions trading. As organizações interessados na defesa do ambiente começam advogar estratégias regulatórias, baseadas no mercado, como os “impostos verdes” que os estados estão adotando.” Com esta estratégia baseada nos impostos verdes, as indústrias que exercem alguma atividade lícita, mas nociva ao meio ambiente, é “punida”, por meio do pagamento de impostos. Embora esta estratégia ainda acarrete riscos ao meio ambiente, a mesma pode de certa forma minimizar os efeitos nocivos, pois com os impostos sendo cobrados, as indústrias podem se sentir prejudicadas em ter que repassar parte do lucro obtido na atividade ou serviço, para o pagamento de impostos.

Levando em consideração essa temática que envolve o consumismo acelerado e os impactos negativos que são causados ao meio ambiente, uma perspectiva teórica que se encontra nesse cenário são os mercados mais inteligentes. Estes mercados são estratégias que aliadas à tecnologia da informação, oferece informações mais amplas aos consumidores a respeito dos produtos e serviços que os mesmos estão consumindo. Para exemplificar esta questão, os autores Osborne e Gaebler (1992), relatam que “(…) As empresas estão desenvolvendo sistemas que poderão medir a poluição dos gases emitidos pelos automóveis, à medida que eles forem passando por um ponto determinado da estrada. Tecnologias como essas tornam possível usar mecanismos do mercado de diversas maneiras, há dez anos fora do nosso alcance.” Isso evidencia que, com a amplitude de informações os consumidores poderão ter um maior grau de informações ao seu alcance, a respeito do que estão consumindo e seus devidos impactos. No caso da emissão de gases pelos automóveis, através da tecnologia os consumidores podem escolher se querem ou não continuar utilizando esse meio de transporte com a mesma frequência que utilizam, considerando os impactos da poluição ao meio ambiente.

Partindo dos pressupostos acima, é válido destacar que não basta somente a inserção de mecanismos impostos pelo governo, a fim de resolver a problemática referente ao alto consumo, que traz consigo inúmeros agravantes ao meio ambiente. No caso do excesso de lixo, poluição atmosférica e a escassez de recursos naturais e outros exemplos que causam impactos ambientais. Com o propósito de minimizar estes impactos, faz-se necessário a união entre governo e sociedade, onde o governo assuma o papel de fiscalizador, a fim de inibir as práticas exacerbadas de consumo, o que acaba por gerar a degradação ambiental. Além disso, é de extrema importância uma postura ética e cidadã da sociedade frente aos impactos que estão sendo causados pela própria ação humana.

Faça sua parte e contribua para um mundo melhor!!

 

**Autoras: Lara Alvarenga, Daniela Meirelles Andrade, Luanda Gomide, Letícia Cristina ( Curso de Administração da UFLA)

 

 

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