Moradores do Centro de Lavras têm relatado um aumento visível da prostituição na Rua do Centro, entre o Velório São João Batista e o Cemitério Paroquial. O que antes acontecia principalmente de madrugada agora tem ocorrido cada vez mais cedo, inclusive no início da noite, gerando desconforto a quem circula pelo local — especialmente por ser uma região próxima à Igreja de Santo Antônio e com grande fluxo de famílias, jovens e idosos.
Segundo relatos, algumas pessoas que fazem ponto na área têm circulado com roupas extremamente curtas, chamando atenção de quem passa por ali diariamente. Moradores ressaltam que não se trata de preconceito, mas de preocupação com a segurança e a degradação gradual da região, que sempre foi considerada tranquila.
Além disso, o caso aponta para uma questão social mais ampla: a falta de oportunidades formais de trabalho para pessoas trans. Dados nacionais mostram que a população trans enfrenta um dos menores índices de empregabilidade do país — com estimativas indicando que menos de 5% das pessoas trans estão no mercado formal, um dos números mais críticos entre todos os grupos sociais. Essa exclusão histórica e estrutural força muitas pessoas trans a recorrerem à prostituição como meio de sobrevivência, já que grande parte das empresas ainda não oferece espaço, acolhimento ou chances reais de contratação para esse público.
Moradores destacam que o problema precisa ser enfrentado por dois caminhos:
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Ações do poder público para garantir segurança, fiscalização e ordenamento urbano no Centro;
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Conscientização das empresas e ampliação das oportunidades formais de emprego, garantindo respeito, inclusão e dignidade para pessoas trans e demais grupos vulneráveis.
A comunidade espera que o tema seja tratado com responsabilidade, sensibilidade e ações práticas, para que o Centro de Lavras continue sendo um local seguro para todos — ao mesmo tempo em que se reconhece a importância de combater a marginalização e promover inclusão real no mercado de trabalho.



