O Ministério da Saúde realizou a compra de 73 milhões de testes rápidos de Covid-19, mas decidiu manter em sigilo o valor total da aquisição, o que abriu espaço para questionamentos sobre transparência e critérios de gasto público.
De acordo com a pasta, a quantidade foi definida com base em médias anuais de testagem registradas nos últimos anos, levando em conta picos sazonais, aumento de vigilância epidemiológica e necessidade de reposição estratégica dos estoques nacionais.
O governo afirma que o sigilo temporário foi solicitado devido a “motivos contratuais e estratégicos”, alegando que a divulgação do montante poderia afetar negociações ainda em andamento com outros fornecedores internacionais. A prática, no entanto, não é comum em compras desse porte e reacendeu debates sobre publicidade de gastos dentro do Sistema Único de Saúde.
Especialistas em transparência alertam que, embora o sigilo seja legal em situações específicas, a ausência de clareza em contratos de grande impacto financeiro pode dificultar o acompanhamento social e o controle de eventuais sobrepreços.
Já o Ministério argumenta que a contratação segue parâmetros técnicos, reforçando que o volume adquirido busca garantir segurança sanitária e capacidade de resposta rápida caso haja nova elevação de casos da doença no país.
Parlamentares da oposição anunciaram que solicitarão informações formais por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Enquanto isso, o governo sustenta que todos os detalhes serão divulgados assim que o processo de compra estiver integralmente concluído.





