Uma pesquisa do Instituto Datafolha revelou que 58% dos brasileiros dizem sentir vergonha do Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas 30% dos entrevistados afirmaram ter orgulho da Corte, enquanto os demais não souberam opinar ou se declararam indiferentes. O levantamento foi divulgado neste mês e consultou a população sobre o sentimento em relação a diversas instituições e figuras públicas.
A pergunta feita pelo instituto foi: “Você tem mais orgulho ou mais vergonha do Supremo Tribunal Federal?”, e faz parte de um levantamento mais amplo sobre a percepção popular em relação aos Três Poderes e outras entidades.
Três Poderes em baixa
A imagem negativa não se limita ao STF. Os três Poderes da República aparecem com altos índices de desaprovação popular. Segundo os dados:
• 56% disseram ter mais vergonha do que orgulho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT);
• 58% expressaram vergonha dos deputados federais;
• 59% afirmaram o mesmo sobre os senadores.
Os números indicam uma crise de confiança nas instituições democráticas, com a maioria da população demonstrando insatisfação com a condução política e jurídica do país.
Percepção crítica
O Datafolha não divulgou nesta rodada os recortes por região, faixa etária ou escolaridade. No entanto, pesquisas anteriores já apontavam uma tendência de crescente desconfiança no STF, alimentada por decisões polêmicas e pelo protagonismo da Corte em temas sensíveis, como liberdade de expressão, combate à desinformação e julgamentos ligados à Operação Lava Jato e aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A pesquisa reacende o debate sobre a relação entre o Poder Judiciário e a opinião pública, além da necessidade de maior transparência e diálogo institucional.
Desafio para as instituições
Com a baixa popularidade atingindo os Três Poderes, analistas alertam para o risco de deslegitimação democrática. A confiança nas instituições é considerada essencial para a estabilidade e o fortalecimento do Estado de Direito.
O STF, por sua vez, segue enfrentando críticas de diversos setores, mas também recebe apoio por seu papel no combate a ameaças à democracia. A Corte não comentou o resultado da pesquisa até o momento.