Lavras: Casos de violência contra a mulher já quase superam os registrados em 2018

O número de mulheres que sofreram violência este ano em Lavras já quase supera todo o período de 2018. Os dados são da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.

De acordo com o órgão, foram registradas 225 medidas protetivas voltadas para as mulheres que sofreram violência familiar e doméstica este ano contra 245 em todo o ano de 2018.

As medidas protetivas são mecanismos legais que têm como objetivo proteger o indivíduo em situação de risco. O caso mais comum de medida protetiva é da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), que visa proteger mulheres, vítimas de violência familiar e doméstica de serem agredidas novamente.

A medida protetiva, nesse caso, é solicitada pela vítima e expedida pela justiça em caráter emergencial. Ela obriga determinadas condutas por parte do agressor: proibição de aproximar-se da vítima, de seus filhos, parentes e até mesmo, testemunhas; proibição de contato com a mulher, inclusive por meio de telefone ou redes sociais; restrição ou até mesmo suspensão do direito de visitação aos filhos; pagar pensão alimentícia para a mulher – em caso de haver dependência financeira desta em relação ao agressor; restrição do porte de armas.

Ciclo de Violência

“Os casos de homicídio praticado contra as mulheres, o chamado feminicídio, é apenas a ponta do iceberg nestes casos. É preciso que as vítimas rompam o silencio para parar o ciclo de violência”, finalizou.

De acordo com a responsável Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Lavras, Dra. Ana Paula Arruda, uma em cada cinco mulheres sofrem violência física ou psicológica no país. A maioria das vítimas, destaca ela, apresentam hiper vulnerabilidade.

“Em geral são mulheres negras com pouca escolaridade que são vitimas de violências físicas, morais, psicológicas, sexual e patrimonial (reter aposentadoria ou benefício e promover quebra-quebra dentro da residência)”, afirmou.

A delegada ressaltou que muitas vezes esse tipo de violência acontece durante muitos anos antes que a vítima decida procurar a polícia. Ela destaca também que os casos envolvem uso e abuso de álcool.

“Os casos de homicídio praticado contra as mulheres, o chamado feminicídio, é apenas a ponta do iceberg nestes casos. É preciso que as vítimas rompam o silencio para parar o ciclo de violência”, finalizou.

O último caso de feminicídio registrado em Lavras aconteceu em julho deste ano, quando Irene Aparecida Borges, de 52 anos, foi assassinada com golpes de pedaço de madeira e a facadas pelo próprio marido. Os policiais contaram que ele havia ingerido bebidas alcoólicas.

O telefone para denúncias é o da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher; (35) 394 21 46. O órgão atende de segunda a sexta-feira entre 8h e 12h e 13h e 17h.

 

 

 

 

Compartilhe esta notícia:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Últimas Notícias