O Lago de Furnas, conhecido como “Mar de Minas”, atingiu nesta semana um dos níveis mais baixos de sua história recente, com apenas 29% de sua capacidade. Esse é o menor volume útil registrado nos últimos três anos, desde dezembro de 2021. A situação, agravada pela estiagem, preocupa os 34 municípios banhados pelo lago, sendo 29 deles localizados no Sul de Minas.
Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório estava em 757,3 metros na última segunda-feira (25), considerado insuficiente para atender às demandas econômicas, ambientais e energéticas associadas ao lago.
Impactos econômicos e ambientais
A queda no nível do Lago de Furnas afeta diretamente diversos setores da economia local, como o turismo, a pesca e a agricultura irrigada. Hotéis, clubes e pousadas, que dependem das águas do lago para atrair turistas, já relatam prejuízos significativos.
“Os impactos são muito grandes, tanto ambientais quanto econômicos. Vários segmentos diretos e indiretos sofrem com o baixo nível do Lago de Furnas. Ele deveria estar bem acima do que está hoje, para manter o segmento econômico funcionando e também garantir a sustentabilidade energética para o próximo ano”, afirmou Fausto Costa, secretário executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago).
Além disso, o baixo volume ameaça a biodiversidade local e dificulta a geração de energia elétrica, uma das principais funções do reservatório.
De 70% a menos de 30% em cinco meses
Em junho deste ano, o reservatório estava com mais de 70% de sua capacidade, mas a ausência de chuvas durante os meses de estiagem levou o nível abaixo de 30%. A situação preocupa autoridades e moradores, que dependem do reservatório para diversas atividades econômicas e cotidianas.
Previsão de recuperação
De acordo com o secretário executivo da Alago, as chuvas previstas para os próximos meses podem ajudar na recuperação do volume do lago. “O ano que vem, logo após as chuvas, esse lago precisa estar muito cheio para garantir a geração de energia e atender à demanda do país”, disse Costa.
A expectativa é que o período chuvoso, que normalmente ocorre entre novembro e março, seja suficiente para reverter o quadro atual e assegurar a sustentabilidade do lago. No entanto, especialistas alertam que a gestão hídrica precisa ser aprimorada para evitar que situações semelhantes ocorram nos próximos anos.
A importância do Lago de Furnas
Com uma área de 1.440 km², o Lago de Furnas é fundamental para a economia e a geração de energia em Minas Gerais e no Brasil. Além disso, é um dos maiores atrativos turísticos do estado, movimentando anualmente milhões de reais em atividades relacionadas ao turismo e ao lazer.
A situação atual reforça a necessidade de políticas públicas eficazes para o manejo dos recursos hídricos e o desenvolvimento sustentável da região, garantindo o equilíbrio entre economia, energia e meio ambiente.