Homero Faria e coletivo preparam espetáculo de rua em Lavras

 

 

Homero Faria é uma espécie de guerrilheiro do teatro. Com 58 anos de carreira, ele não se cansa de inovar numa cidade que pouco espaço oferece para que seu talento possa ser mostrado.  Dos seus 65 anos de idade, boa parte deles foram vividos na trincheira de sua arte.

Para conquistar um novo território em sua trajetória, o ator, diretor e dramaturgo prepara o lançamento de uma nova peça a ser encenada por um grupo que integra o Coletivo de Artistas RUA (Reunião Urbana dos Artistas De Lavras). Essa é a primeira vez que o diretor trabalha com adolescentes em sua carreira.

A reportagem do Lavras 24 Horas  acompanhou um dos ensaios da trupe, que acontecem semanalmente na Casa de Cultura, no centro da cidade, desde o final do mês de fevereiro. Depois de mais 70 peças encenadas e dirigidas, Homero encara “Teatropólis”, peça assinada e dirigida por ele. O espetáculo de rua com 10 atores deverá ser encenado no próximo mês na cidade.

“Eu fui procurado pelo grupo para encenar uma peça, foi quando nasceu a ideia de montar o texto do espetáculo que havia sido escrito anos atrás. A peça narra a história do teatro desde 650 anos antes de Cristo até os dias de hoje”, disse.

Um dos membros do coletivo, Diego Souza Granjeiro, 18 anos, afirmou que o espetáculo vem de encontro à proposta do grupo, que é interagir com a sociedade por meio da arte. “Essa é uma questão muito marginalizada em nossa cidade”. Para ele, a peça servirá como introdução e reflexão sobre o próprio teatro para o grupo e o público.

Para grande parte do elenco, “Teatropólis” representa um rito de passagem no universo teatral, visto que nunca travaram contato com ele.  É o caso de Júlia Magalhães Martins, 14 anos. “Eu vi no convite para participar da peça a oportunidade de vivenciar uma experiência totalmente nova. É algo que me mudou. É incrível”, diz.

Homero destacou que o projeto oferece uma oficina de formação,  preparação e montagem teatral para o grupo, baseada na aprendizagem da cenografia, adereço, figurino, maquiagem e sonoplastia.

“A peça é uma forma de mostrar para as pessoas a popularidade da linguagem universal do teatro. Eu escolhi uma linguagem circense, que lembra um pouco o teatro popular nordestino e a commedia dell’arte do teatro italiano. Para mim, trabalhar com adolescentes é algo muito enriquecedor. É uma loucura fantástica. Trato o grupo de forma profissional como sempre tratei a todos em minha carreira. Eles estão tendo que me engolir”, finalizou.

 

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