Desde ontem (7/1), preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha,o teve um reajuste de 6%. Assim, o valor médio de venda para as distribuidoras será equivalente a R$ 35,98 por botijão de 13 quilos (kg). No Distrito Federal, o produto custa mais de R$ 90 e pesa no orçamento das famílias.
Ainda segundo a estatal, com base em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de 27 de dezembro de 2020 a 2 de janeiro de 2021, 45% do preço ao consumidor final correspondiam à parcela da Petrobras. Os preços nos postos de revenda de todo o país são monitorados pela ANP por intermédio de pesquisas semanais.
Repasse
O especialista Henrique Costa, CEO da Accell, maior fabricante de medidores de água, luz e gás da América Latina, explicou que o aumento é efeito da alta do barril de petróleo e da desvalorização cambial. “A política da Petrobras de 2007 a 2014 foi o congelamento de tudo que estava atrelado ao barril de petróleo. No governo Temer, os reajustes eram trimestrais. Agora, são realizados conforme as oscilações do mercado. O barril caiu a US$ 20 durante o auge da pandemia, mas voltou ao patamar de US$ 50 a US$ 60. O governo está antecipando e repassando para a população”, avaliou.
Segundo Costa, o Brasil importa uma parte de GLP. “Durante a pandemia houve maior consumo do GLP. A decisão é: alguém vai pagar a conta e no fim do dia é a população. Se a faixa cambial e o petróleo aumentarem, vamos ter mais surpresas”, estimou. O impacto é mais perverso para as famílias mais pobres, para as quais o peso do preço do botijão é mais relevante. “Não há como economizar. Significa comer menos. A alternativa seria equipamentos elétricos, mas a energia também está cara”, disse.