Falta de Higiene Íntima é a Principal Causa de Amputação de Pênis no Brasil; Mais de 5,8 Mil Casos em 10 Anos

 

Mais de 5,8 mil homens no Brasil precisaram amputar o pênis nos últimos dez anos devido ao câncer, uma doença evitável com hábitos simples de higiene e prevenção. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), esse número equivale a uma média de 585 amputações por ano, ou 11 homens submetidos à cirurgia a cada semana.

 

Apesar de ser um tipo raro de tumor, o câncer de pênis ainda apresenta índices preocupantes no país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. O urologista Luiz Otavio Torres, presidente da SBU, destaca que a falta de informação, o diagnóstico tardio e condições socioeconômicas precárias contribuem para o alto número de casos. “Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta preocupantes índices relativos ao câncer de pênis”, alerta.

 

A principal causa da doença está relacionada à falta de higiene íntima adequada, levando ao acúmulo de secreções e infecções recorrentes. Outro fator de risco relevante é a infecção pelo HPV, um vírus sexualmente transmissível. O coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Maurício Cordeiro, ressalta que a vacinação contra o HPV poderia reduzir significativamente a incidência da doença. “A falta de vacinação em massa da nossa população para o HPV é um dos principais fatores de risco, além da baixa higiene íntima”, explica.

 

Entre os fatores de risco listados pela SBU estão a falta de higiene, fimose, infecção pelo HPV, tabagismo e condições socioeconômicas desfavoráveis. A recomendação dos especialistas para a prevenção inclui a higiene diária correta da região íntima, especialmente para homens não circuncidados, além da cirurgia de postectomia (remoção do prepúcio) para aqueles que apresentam fimose. A vacinação contra o HPV, disponível no SUS para meninos de 9 a 14 anos, também é fundamental para reduzir os riscos.

 

Diante da gravidade da situação, os especialistas reforçam a importância da informação e do acesso a medidas preventivas. “A conscientização sobre higiene íntima e a vacinação são essenciais para evitar novos casos e reduzir o número de amputações no país”, conclui Cordeiro.

 

 

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