O Brasil enfrenta uma realidade alarmante: cerca de 28,5 milhões de pessoas — quase um em cada cinco brasileiros — convivem diretamente com facções criminosas ou milícias em seus bairros. Os dados são de uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizada em junho de 2025.
O número representa um salto de 5 pontos percentuais em apenas um ano. Em 2024, 14% da população relatava viver sob a influência desses grupos — o que correspondia a cerca de 23 milhões de pessoas. Agora, o índice atinge 19% da população brasileira, mostrando a expansão do poder paralelo e o enfraquecimento do controle estatal em muitas regiões.
O levantamento entrevistou 2.007 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios de todas as regiões do país. As regiões mais afetadas são o Nordeste, as capitais e as cidades com mais de 500 mil habitantes, onde o domínio de milícias e facções é mais visível e cotidiano.
Para especialistas, os dados escancaram o avanço da criminalidade organizada sobre o território nacional, alimentada pela ausência de políticas de segurança pública integradas e pela fragilidade do Estado em garantir proteção às comunidades.
Enquanto o medo cresce nas ruas, cresce também a sensação de abandono: milhões de brasileiros seguem reféns de um poder paralelo que impõe regras, controla territórios e dita a vida de quem mora nas periferias do país.
📊 Fontes: Fórum Brasileiro de Segurança Pública / Datafolha / Veja / Poder360 / CartaCapital
