A Embaixada dos Estados Unidos afirmou nesta quarta-feira (16) que o país reconhece apenas “dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento”. A declaração foi dada em resposta a um questionamento feito por uma coluna jornalística após a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que é uma mulher trans, ter tido o sexo masculino registrado em seu visto americano.
Segundo a embaixada, o Departamento de Estado dos EUA baseia-se em informações do passaporte do solicitante para emitir o visto. No caso de Erika Hilton, o passaporte brasileiro ainda consta o sexo masculino, o que levou à emissão do visto com essa mesma identificação.
A deputada, uma das principais vozes da comunidade trans no Congresso Nacional, não se pronunciou até o momento sobre o caso. O episódio reacende o debate sobre o reconhecimento de identidades de gênero por autoridades internacionais e a importância da atualização de documentos oficiais para pessoas trans.
Atualmente, no Brasil, é possível retificar nome e gênero em documentos por meio de procedimento administrativo, sem a exigência de cirurgia ou decisão judicial — um avanço conquistado após decisões do Supremo Tribunal Federal.
A posição do governo dos Estados Unidos, no entanto, reforça as limitações enfrentadas por pessoas trans em processos burocráticos internacionais, especialmente em países que adotam políticas mais restritivas quanto à identidade de gênero.