A Etiópia confirmou uma epidemia do vírus Marburg no sul do país, marcando a primeira ocorrência registrada da doença em território etíope. As autoridades de saúde anunciaram que três pessoas morreram e pelo menos nove casos foram confirmados, além de outros suspeitos que seguem sob investigação. Equipes de vigilância também monitoram mais de uma centena de pessoas que tiveram contato direto com os infectados.
O surto foi identificado na região de Jinka, próximo à fronteira com o Sudão do Sul. A doença, altamente contagiosa e com potencial de letalidade elevado, é causada pelo vírus Marburg, pertencente à mesma família do Ebola. A transmissão ocorre por contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas ou com superfícies contaminadas. O reservatório natural está associado a morcegos frugívoros.
Os pacientes apresentam sintomas como febre alta, dores intensas, vômitos, diarreia e, em muitos casos, sangramentos internos e externos. Em surtos anteriores, a taxa de mortalidade chegou a ultrapassar 80%, o que reforça o grau de preocupação das autoridades locais e internacionais.
A Organização Mundial da Saúde enviou equipes para apoiar a contenção do surto, auxiliando na investigação dos casos, no isolamento dos doentes, no rastreamento de contatos e na distribuição de equipamentos de proteção para profissionais de saúde. O governo etíope também implementou medidas emergenciais para evitar a propagação da doença para outras regiões do país.
A localização do surto eleva o risco de disseminação, já que a área afetada faz divisa com o Sudão do Sul, país que enfrenta fragilidades estruturais no sistema de saúde. Até o momento, não há vacina ou tratamento específico para o vírus Marburg; o atendimento é baseado em suporte clínico intensivo e controle rigoroso de infecção.
O episódio acende um alerta global para doenças hemorrágicas emergentes e reforça a necessidade de vigilância constante no continente africano, onde surtos desse tipo podem se espalhar rapidamente em regiões com infraestrutura limitada.





