Um estudo internacional com mais de 36 mil exames de ressonância magnética acendeu um alerta sobre os efeitos do consumo de álcool no cérebro. A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, apontou que mesmo níveis moderados de ingestão — como duas cervejas ou duas taças de vinho por dia — estão associados à redução do volume cerebral, com impacto comparável a até 10 anos de envelhecimento natural em pessoas de 50 anos.
Segundo os cientistas, o efeito é cumulativo e não-linear: cada dose adicional de álcool provoca um impacto maior do que a anterior, afetando tanto a substância cinzenta quanto a substância branca do cérebro. Assim, mesmo a passagem de uma para duas doses diárias já foi associada a mudanças equivalentes a cerca de dois anos de envelhecimento cerebral.
Os pesquisadores alertam que não há um nível completamente seguro de consumo de álcool quando se trata da saúde do cérebro. Embora os dados mostrem associações fortes, ainda não é possível afirmar com certeza absoluta que o álcool seja o único responsável pelas alterações, já que fatores como estilo de vida, genética e saúde geral também podem influenciar.
O estudo reforça a necessidade de revisão das recomendações de saúde pública sobre consumo de bebidas alcoólicas, destacando que mesmo hábitos considerados inofensivos podem trazer riscos significativos à cognição e ao envelhecimento cerebral.
👉 Especialistas recomendam atenção redobrada e destacam que priorizar hidratação, sono de qualidade e alimentação rica em nutrientes pode ajudar a proteger o cérebro, mas não anula os efeitos do álcool.