Autoridades sanitárias reforçaram a importância de esclarecer evidências sobre uma associação rara entre as vacinas contra Covid-19 e casos de miocardite e pericardite, especialmente nas formulações de mRNA (Pfizer e Moderna). Em comunicado atualizado, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA exigiu que os fabricantes ampliem os avisos nas bulas para incluir estimativas mais detalhadas de risco, com base em dados recentes. Segundo a agência, entre pessoas de 6 meses a 64 anos, houve cerca de 8 casos de miocardite/pericardite por 1 milhão de doses, com um número maior (cerca de 27 por 1 milhão) em homens de 12 a 24 anos. Os sintomas tendem a aparecer nos primeiros dias após a vacinação e, na maioria das vezes, são leves, com recuperação rápida após tratamento médico.
A monitorização contínua de segurança também indica que muitos desses casos melhoram com o tempo, embora ainda se estude se podem haver efeitos cardíacos duradouros em uma minoria dos casos. As atualizações incluem informações baseadas em ressonâncias magnéticas cardíacas em pessoas que desenvolveram miocardite após a vacina.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde e da Anvisa confirmam que os casos são extremamente raros e normalmente transitórios, com nenhum óbito causal comprovado até o momento. Relatórios oficiais destacam que, do total de milhões de doses aplicadas no país, apenas uma fração muito pequena resultou em suspeita de miocardite/pericardite, e todas as notificações passam por investigação detalhada antes de estabelecer relação causal.
Especialistas ressaltam que a Covid-19 em si eleva o risco de inflamação cardíaca significativamente mais do que a vacinação — estudos mostram que a infecção pelo vírus está associada a taxas de miocardite várias vezes maiores do que as observadas após a vacina.
Ainda assim, para garantir transparência, as bulas e orientações foram atualizadas, e autoridades de saúde recomendam que qualquer pessoa com sintomas como dor no peito, falta de ar ou palpitações procure atendimento médico imediato. No geral, os benefícios da vacinação — redução de hospitalizações, mortes e complicações graves da Covid-19 — continuam superando o risco muito pequeno de miocardite associada à vacina.





