Espetáculo “De Coisas que Aprendi com Elis”será atração na região no dia 19

O Theatro Capitólio, em Varginha, recebe no dia 19 de janeiro (sábado), às 20h30, o espetáculo “De Coisas que Aprendi com Elis”. No show, a cantora Isabela Morais revisita o repertório de Elis Regina num olhar apaixonado sobre o legado da artista gaúcha, tida como a maior intérprete da música popular brasileira. A banda traz importantes instrumentistas da cena musical do Sul de Minas: Bruno Vieira (bateria), Clayton Prósperi (piano) e Dedê Bonitto (baixo), além de marcar neste show a estreia do prestigiado guitarrista Ismael Tiso no grupo. A noite também celebrará os 37 anos de partida da artista, falecida em 19 de janeiro de 1982.

Após apresentações embrionárias exatamente em Varginha, “De Coisas que Aprendi com Elis” contou com grande estreia, em julho de 2018, num dos mais importantes palcos de Belo Horizonte, o Cine Theatro Brasil Valourec, com casa cheia, participativa e emocionada, além de acolhida e amplo destaque em todos os veículos de imprensa da capital. Agora é a vez do sul de Minas, casa de Isabela e banda, além de celeiro de grandes artistas, receber o espetáculo. 

Com cenário inspirado no álbum “Elis, essa mulher”, a proposta passeia pela própria história da música brasileira a partir de uma homenagem ao repertório consagrado pela intérprete, incluindo clássicos como “Madalena”, “Como Nossos Pais” e “Romaria” e igualmente um mergulho no lado B, com músicas como “Rancho da Goiabada” e “Cobra Criada”. 

“De coisas que aprendi com Elis” transita entre diferentes fases de uma das maiores intérpretes do mundo, buscando retomar o diálogo de sua obra com os temas concernentes à nossa realidade social – desfilam no repertório temas de Tom Jobim, Chico Buarque, João Bosco, Ivan Lins, Belchior, dentre outros. À frente da desafiadora tarefa de homenageá-la está Isabela Morais, cantora de interpretação autêntica e apaixonada, com expressiva trajetória nos grupos Marginália e Ummagumma (tributo de Pink Floyd que arrasta multidões há mais de uma década), ambos de Três Pontas, cidade natal da artista de 30 anos. 

“Elis Regina foi sem dúvida a minha principal referência. Comecei a ouvir desde muito nova, por influência de minha mãe. Senti forte a vontade de contar o que aprendi com ela, com a força que ela sempre teve pra mim”, conta Isabela. Para a cantora, Elis conseguiu algo fantástico, que foi dar a sua cara para canções de compositores que estavam surgindo na cena. “A seu modo, fez uma leitura de mundo crítica que transpiravam em seus shows e nas fortes doses de ironia de suas interpretações.” Foi esse aprendizado afetivo que norteou o show. 


Varginha


“O projeto De Coisas que Aprendi com Elis” nasceu em Varginha, em uma apresentação que marcava o aniversário de Isabela Morais, no Jardim Elétrico. E ali o show já demonstrou o potencial de abarcar um público maior, que desse vazão à expressão corporal, destaque aos músicos, iluminação e cenário – explorando todo um conceito visual que marcava as apresentações de Elis. “Mas a gente não consegue fazer uma longa caminhada e trajetória sem os primeiros passos. E esse primeiro passo foi dado em Varginha com um público muito acolhedor, muito apaixonado, tanto que em menos de um mês a gente fez duas apresentações lotadas”, relembra Isabela. 


Após passar por Três Pontas, o show enfim chegou a Belo Horizonte, desaguando toda a potência que as primeiras apresentações indicavam. “Depois de chegar à grandiosidade do Cine Theatro Brasil Valourec, com um público tão bom e muito emocionado, apresentar o show agora na beleza do Theatro Capitólio é como uma espiral, onde posso retornar de onde a gente começou levando tudo o que construímos a partir de lá”, conta. “Quero muito acolher Varginha e agradecê-la, fazendo um belíssimo show”.


Formato e interpretação

O cenário do trabalho, assinado por Cezar Renzi, tem como referência o álbum “Elis, essa mulher” (1979), que trouxe composições como “O Bêbado e a Equilibrista” (João Bosco e Aldir Blanc) e “Bolero de Satã” (Guinga e Paulo César Pinheiro), ambas presentes no show. O espetáculo, no entanto, abrange diversas fases da artista, diante da impossibilidade de esgotar suas múltiplas nuances, mas sempre expondo o caminho percorrido por Elis de revelar novos compositores (como Renato Teixeira) ao mesmo tempo em que revisitava temas do passado (como “Na Batucada da Vida”, de Ary Barroso) e de artistas contemporâneos a ela, como Rita Lee e Milton Nascimento – que conta no show com performances de “Saudades dos aviões da Pan Air” e “Caxangá”. 


Permeado por falas de Isabela Morais sobre artistas recorrentemente gravados por Elis, como Chico Buarque e Tom Jobim, o show preserva os arranjos e mesmo a interpretação personalíssima trazida em gravações como “Construção” e “Canto de Ossanha”. Por outro lado, traz frescor em interpretações próprias do grupo para temas como “Arrastão”. A poesia e a palavra evocada, viés valorizado por Isabela Morais em suas apresentações, também aparece com a leitura de texto escrito por Fernando Faro sobre Elis Regina, presente na contracapa de “Trem Azul” (1982). “Um rascunho / uma forma nebulosa feita de luz e sombra como uma estrela / Agora eu sou uma estrela.” 


A banda traz artistas com longa trajetória na música mineira – Clayton Prósperi, que assina os arranjos do espetáculo, já se apresentou com nomes como Toninho Horta e Milton Nascimento, que interpretou sua composição “Eu, Pescador” no álbum “E a gente sonhando” (2011), no qual Isabela Morais cantou e também excursionou com Milton. “Assumir um repertório dessa magnitude, com músicos excelentes, numa grande casa é um desafio enorme. Uma grande responsabilidade porque sei o que significa Elis no imaginário de um fã.” 

Duração: 1h40Classificação: livre.

Fonte: Varginha Online

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