Empresários lavrenses questionam uso obrigatório de simulador nas autoescolas

Desde o último dia 1º deste mês passou a vigorar no Brasil a Deliberação nº 146 expedida pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que estabelece a obrigatoriedade das aulas em simulador de direção nas autoescolas para os candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B.

Já os Centros de Formação de Condutores têm até 180 dias para comprar o equipamento, com pena de perder a licença. Em Minas, portaria 1377 do Detran possibilita que os CFC que não tenham o equipamento optem pelo compartilhamento do simulador. No interior, há ainda possibilidade de utilizar o simulador itinerante.

O candidato que for tirar a primeira habilitação terá que fazer, no mínimo, 25 horas de aula prática. Do total, 20 horas em veículo de aprendizagem, sendo quatro horas no período noturno. As demais cinco horas serão feitas no simulador de direção, sendo uma hora com conteúdo noturno. Quem já tem carteira de motorista e vai adicionar a Categoria B faz 20 horas de aula, sendo cinco horas no simulador.

Os empresários José Sílvio e Edirce Martins Vilela se mostram contra a implantação do aparelho.
Os empresários José Sílvio e Edirce Martins Vilela se mostram contra a implantação do aparelho.

No simulador, os alunos têm reproduzidas situações como ultrapassagem, mudança de faixa, direção com chuva e manobra em marcha à ré. De acordo com o Contran, numa segunda etapa será obrigatório o uso do simulador para quem dirigir veículos comerciais, caminhão, ônibus e motos.

A introdução do aparelho, no entanto, tem sido questionada desde o principio por muitos proprietários no Brasil. Em Lavras, o casal de empresários José Sílvio e Edirce Martins Vilela, do Centro de Formação de Condutores Martins Vilela, acredita que a mudança é ineficaz na melhoria da aprendizagem.

Com mais de 20 anos de carreira no setor, a serem comemorados no próximo mês de fevereiro, os Vilela afirmam que a imposição do uso do simulador de direção representa mais gastos tanto para o empresariado do setor, como para os alunos. Um simulador de direção custa em média R$ 40 mil. Além do gasto na compra do aparelho, o empresário é obrigado a bancar a conta de energia usada, o salário do instrutor designado para operar a máquina, a manutenção periódica do mesmo e pagar uma taxa mensal ao fabricante.

“As cinco aulas obrigatórias do aluno no simulador deveriam ser realizadas nas ruas, já que é uma situação real. Ao fazer o teste no simulador como motorista e instrutor habilitado, não consegui extrair algo de útil para os meus alunos. O sistema não se assemelha aos movimentos do veículo, sendo que muitos alunos tem vertigens”, disse José Sílvio.

Edirce Vilela alenta para o fato que as autoridades de trânsito brasileira introduzem determinadas mudanças para ver se trazem ou não benefícios, como uma espécie de laboratório. Ele cita o caso do kit de primeiros socorros e os extintores de incêndio, que não deram certo e serviram apenas para onerar ainda mais o bolso dos motoristas.

Mudança

Candidatos a tirar carteira de motorista para motos precisam ficar atentos às novas mudanças da legislação, que obrigará candidatos a fazer dois exames.
Candidatos a tirar carteira de motorista para motos precisam ficar atentos às novas mudanças da legislação, que obrigará candidatos a fazer dois exames.

Os motoristas que desejam tirar carteira de motorista na categoria tipo A (motos), deve ficar atento para as mudanças da legislação. A partir de agora haverá dois exames: uma a ser realizada na autopista, e outra na rua. A nova resolução, que ainda não está em vigor, deverá ser divulgada brevemente.

Vilela recomanda que os motoristas interessados em virarem futuros motociclistas devem aproveitar o momento para se inscreverem no curso de formação antes da mudança.

O Centro de Formação de Condutores Martins Vilela é o único da região a possuir uma autopista, localizada na BR 265, ao lado da 1º Delegacia Regional da Polícia Civil de Lavras.

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