A técnica de enxertia aplicada ao cultivo de tomates — já amplamente utilizada em culturas como uva e citros — avança como uma das tecnologias mais promissoras para transformar a horticultura brasileira. Ao unir duas plantas distintas, um porta-enxerto resistente e uma copa produtiva, pesquisadores buscam combinar o melhor de cada uma para alcançar maior produtividade, sanidade e sustentabilidade no campo.
Esse avanço é tema de um projeto desenvolvido na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em parceria com a Feltrin Sementes, com apoio da FUNDECC (Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural), responsável pela gestão de recursos, bolsas e aquisições estratégicas para a pesquisa.
De acordo com o coordenador do estudo, professor Sebastião Márcio de Azevedo, especialista em melhoramento genético, os resultados já demonstram um salto tecnológico importante para a tomaticultura nacional.
“A enxertia no tomate está se consolidando como uma tecnologia inovadora. Além de vigor e aumento de produtividade, traz mais segurança ao produtor e reduz significativamente pulverizações químicas”, destacou.
O projeto desenvolve atualmente cerca de 80 híbridos de porta-enxerto, selecionados por sua resistência a doenças severas do solo, como fusarioses, murcha bacteriana, nematoides e verticillium. As pesquisas também buscam frutos de maior qualidade, plantas mais precoces e materiais tolerantes à salinidade e ao déficit hídrico — características essenciais em um cenário de mudanças climáticas e pressão por práticas agrícolas mais sustentáveis.
A tecnologia tem potencial para ampliar a produção orgânica, diminuir o uso de agroquímicos e reduzir perdas no campo, fortalecendo pequenos e grandes produtores. Parte dos tomates produzidos nos experimentos é destinada ao Restaurante Universitário (RU) da UFLA, enquanto outra parte é comercializada internamente, contribuindo para ações sociais e educativas.
📌 Reportagem completa com fotos e entrevista no site:
fundecc.gov.br/noticias








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