Lembra quando a então presidente Dilma Rousseff virou piada nacional ao falar em “estocar o vento”, lá em 2015? Pois é… dez anos depois, a ideia que parecia absurda começa a se tornar realidade.
O Complexo Eólico Tanque Novo, localizado no sudoeste da Bahia, será palco de um projeto-piloto inédito de armazenamento de energia em baterias de alta capacidade (BESS) — tecnologia que, na prática, permite “guardar o vento” gerado pelas turbinas para ser usado quando o sistema elétrico precisar.
O projeto é resultado de uma parceria entre a CGN Brasil Energia e a Goldwind, que assinaram acordo para instalar o sistema em uma das turbinas do parque eólico. O objetivo é reduzir perdas na geração em momentos de restrição da rede, otimizando o uso da energia limpa produzida no Nordeste.
A iniciativa surge em um momento em que o setor elétrico brasileiro se prepara para o primeiro leilão exclusivo de baterias, previsto para 2026, conforme anunciou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A proposta é contratar até 2 gigawatts (GW) de capacidade em armazenamento, marcando um novo capítulo na transição energética do país.
Com o avanço das energias renováveis e da tecnologia de baterias, a “profecia” de Dilma ganha um novo sentido: o Brasil, enfim, começa a descobrir como estocar o vento — e transformar em realidade o que antes parecia um tropeço político.





