CPMI do INSS rejeita convocação de irmão de Lula para prestar depoimento, mesmo após bloqueio de R$ 390 milhões

Por 19 votos a 11, a base aliada do governo no Congresso impediu, nesta quinta-feira (16), a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para depor na CPI mista do INSS. O pedido foi apresentado por parlamentares da oposição após o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical) — entidade da qual Frei Chico é vice-presidente — ser alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.

A investigação apura um esquema de descontos fraudulentos em benefícios previdenciários, envolvendo entidades sindicais e empresas de crédito consignado. Na última semana, a PF cumpriu 66 mandados de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal, e o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 390 milhões em bens ligados ao sindicato.

Apesar de ocupar um cargo de direção no Sindnapi, Frei Chico não é formalmente investigado. Mesmo assim, o pedido de sua convocação dividiu os parlamentares e provocou intenso embate político dentro da CPI. Para a oposição, o depoimento seria essencial para esclarecer a atuação da diretoria do sindicato; já para a base governista, a convocação tinha “caráter político” e não estava amparada por elementos concretos de investigação.

A rejeição do requerimento, porém, não encerra o tema. Integrantes da CPI afirmam que novos pedidos de convocação poderão ser reapresentados nos próximos dias. Enquanto isso, a Polícia Federal continua analisando documentos, contratos e movimentações financeiras apreendidos na operação.

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