O sistema de fiscalização eletrônica das rodovias federais brasileiras pode ser interrompido a partir de agosto devido à falta de recursos orçamentários. O alerta foi feito pelo próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que revelou um corte de aproximadamente 88% no valor originalmente solicitado para manter os radares em funcionamento.
Em 2025, o DNIT solicitou R$ 364,1 milhões para operar e ampliar o sistema de controle eletrônico de velocidade em todo o país, mas o governo federal liberou apenas R$ 43,36 milhões — valor suficiente para manter os equipamentos em operação até o fim de julho. Um repasse emergencial de R$ 10 milhões em junho garantiu o funcionamento temporário, mas os recursos para os meses seguintes ainda não estão assegurados.
Atualmente, o sistema de fiscalização cobre cerca de 2 mil faixas de tráfego em todo o território nacional, com outras mil em processo de instalação e quase duas mil previstas para expansão. Os radares têm papel fundamental na redução de acidentes e mortes no trânsito, além de integrarem um acordo judicial firmado entre o DNIT e o Ministério Público Federal (MPF), que prevê a implantação e manutenção desses equipamentos como medida de segurança viária.
Segundo o DNIT, a paralisação do serviço não apenas comprometeria a segurança nas estradas, como também poderia gerar o descumprimento do acordo com o MPF, com possíveis sanções ao governo federal. Além disso, os equipamentos são responsáveis por gerar, em média, mais de R$ 1 bilhão por ano em multas aplicadas por excesso de velocidade.
O Ministério dos Transportes informou que está buscando alternativas para recompor o orçamento e evitar a desativação dos radares, mas, até o momento, não há garantia de continuidade após o mês de julho.
A possível interrupção do serviço tem gerado preocupação entre especialistas e entidades ligadas à segurança no trânsito, que alertam para os impactos diretos na preservação de vidas e na fiscalização efetiva das rodovias federais.