O consumo abusivo de bebidas alcoólicas entre mulheres quase dobrou nas últimas duas décadas e já é motivo de preocupação para especialistas e autoridades de saúde.
Dados do Vigitel 2023, pesquisa do Ministério da Saúde que monitora fatores de risco para doenças crônicas, mostram que 15,2% das mulheres brasileiras relataram episódios de consumo abusivo de álcool — contra cerca de 9,8% em 2008.
O aumento revela uma mudança no comportamento social e expõe vulnerabilidades específicas do público feminino. Médicos e psicólogos apontam que fatores como sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções domésticas, pressões estéticas, traumas emocionais e marketing direcionado têm contribuído para o crescimento do consumo entre mulheres, especialmente jovens e adultas de grandes centros urbanos.
A elevação também traz consequências sérias: maior risco de dependência, doenças hepáticas, depressão e violência doméstica. O Ministério da Saúde alerta que o uso abusivo de álcool é uma das principais causas de internações evitáveis e que o impacto nas mulheres tende a ser mais severo, já que o metabolismo feminino é mais sensível à substância.
Enquanto o consumo masculino segue estável, o aumento entre mulheres reflete uma mudança cultural profunda — mas também um sinal vermelho para políticas públicas e campanhas de prevenção.
“O álcool tem sido usado como válvula de escape para lidar com o estresse e a solidão, mas o efeito é devastador. Precisamos falar sobre isso com urgência”, afirma a psicóloga e pesquisadora em saúde pública Mariana Souza.
👉 O dado é claro: o copo está mais cheio — e o problema, mais grave.









